domingo, 15 de dezembro de 2019

ARENA DI VERONA

ARENA DI VERONA

Verona é uma dessas cidades que conquista as pessoas ao primeiro contato. Quando lá estive pela vez primeira era verão. Ao lado da Arena estavam depositadas peças típicas de cenários teatrais. A minha curiosidade foi saciada ao saber que era a época do Festival de Óperas que acontece todos os anos na Arena. Visitando o interior daquela magnífica construção foi possível imaginar a grandiosidade dos espetáculos ali apresentados. De pronto elegi o festival como um dos meus sonhos de consumo, cuja concretização só aconteceu anos depois quando deixei de viajar com excursões e seus pacotes fechados. Como primeira ópera elegi AIDA de Verdi. A temperatura estava agradável e a organização estava impecável. A platéia, segundo as estimativas, girava em torno de vinte (20) mil pessoas. O espetáculo foi magnífico. A acústica era perfeita. A Marcha Triunfal se mostrou de uma beleza indescritível. Foi uma das experiências mais fascinantes da minha vida. Noutra temporada fui assistir NABUCO, também de Verdi. A principal motivação para eleger aquela ópera é que a mesma não era encenada todos os anos. Mas foi especialmente preparada para o sesquicentenário da unificação italiana. Abro um parêntesis. Vá Pensiero ou o Coro dos Escravos Hebreus, é considerado o segundo hino nacional italiano, mas para muitos é o verdadeiro hino nacional. Então, aquela seria uma ocasião especial. E foi. A Arena estava lotada. Ao término de Vá Pensiero, por uns momentos o silêncio foi total até a explosão de aplausos que não findava nunca. Emocionante. Uma senhora sentada ao meu lado, francesa, ao que pareceu-me, simplesmente chorava. O maestro aguardava pacientemente pelo término dos aplausos e como a manifestação do público continuasse vibrante, gesticulou para os cantores e interpretou tais manifestações como um pedido de bis. E assim foi feito. Jamais esquecerei daquela noite. A última experiência, ao menos até este momento, foi Carmen de Bizet, uma apresentação prejudicada pelo mau tempo. Choveu bastante até a hora prevista para o início do espetáculo. Aquela era a última apresentação da temporada de óperas, sem possibilidades, portanto, de retornar dias depois. Afora isto, dias depois, lendo a crítica especializadas, tomei conhecimento de que aquela foi uma das mais pobres montagens daquela ópera. Para empanar ainda mais o brilho daquela noite, eu havia assistido partes de apresentações de outros anos, via internet. Uma delas, inclusive, na noite de encerramento do festival, com uma grandiosidade fantástica. Em tais ocasiões, o público recebe umas velas que são acesas no final do espetáculo proporcionando um visual muito bonito. Clique aqui. Naquela noite, porém, em razão das chuvas, as velas não foram distribuídas como de hábito. Mesmo assim foi um belo espetáculo. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário