quarta-feira, 30 de novembro de 2022
SOU CONTRA A 'ESCOLA EM CASA' PORQUE AS FAMÍLIAS NÃO ESTÃO COM A BOLA TODA
LUGARES
E AQUELA DA MAE WEST?
terça-feira, 29 de novembro de 2022
A ORIGEM DA RECEITA
José Horta Manzano
Você sabia?
Quem vai ao médico, nos dias de hoje, não se dá conta de que a regulamentação da profissão ― em terras europeias e americanas ― é relativamente recente.
Da Idade Média até o século XIX, a arte de curar foi exercida por corporações disparates, tais como: homens de igreja, barbeiros, boticários, tira-dentes, curandeiros, charlatães, feiticeiras.
A Revolução Francesa, entre outros feitos, tornou a sociedade consciente de que certas práticas ancestrais reclamavam por normatização. O sistema métrico, por exemplo, é fruto daquela época. Até então, havia um rosário de unidades de medida ― de peso, de capacidade, de tamanho. Pés, polegadas, quintais, braças, arrobas variavam de uma região a outra.
A Revolução, assim como normalizou as unidades de medida, apontou para a necessidade de sistematizar outros atos e procedimentos que cada um costumava, até então, executar a seu modo. A regulamentação de certos ofícios começou naquela época.
A valorização das profissões da área de saúde ― medicina, cirurgia, farmácia ― gerou, como corolário inevitável, o rebaixamento de curandeiros e feiticeiras. Barbeiros passaram a dedicar-se unicamente à pilosidade de seus clientes, deixando sangrias e extrações dentárias para profissionais habilitados.
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Olho de Horus |
Embora já fosse adotada esporadicamente desde o século XVII, ganhou força aquela marca de que uma receita tinha sido prescrita por um profissional. Tratava-se de um R barrado ― este aqui: ℞.
Está em uso até nossos dias. É muito provável, distinto leitor, que o médico que cuida de sua saúde tenha guardado o que lhe ensinaram na escola e continue a marcar suas receitas com o símbolo distintivo da corporação. Preste atenção da próxima vez.
De onde vem essa, digamos assim, logomarca? Pois parece que a origem é incrivelmente longínqua. Contam que as raízes descem até o Egito antigo. O R barrado seria a transliteração, se assim podemos nos exprimir, do hieroglifo que simbolizava o olho esquerdo de Horus, um dos deuses da mitologia egípcia.
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Olho de Horus |
Por que o olho esquerdo? Ih, é uma história complicada, com briga entre deuses, assassinato, esquartejamento, muito sangue. Pra resumir, saiba-se que, numa luta entre Seth e Horus, o olho esquerdo deste último foi arrancado e picado em 64 pedaços. Toth, o deus da ciência e da medicina, foi quem conseguiu dar jeito de recompor o despedaçado olho de Horus.
Seja como for, é surpreendente que milhares de médicos ao redor do planeta encabecem suas prescrições, talvez sem o saber, com símbolo forjado milênios antes de nossa era.
Publicado originalmente em 22 agosto 2014.
LUGARES
ROMANCE FORENSE
segunda-feira, 28 de novembro de 2022
BOLAS DE FUTEBOL ANTIGAS MACHUCAVAM QUEM CABECEAVA
LUGARES
PERDIDAMENTE
![Martha Medeiros Martha Medeiros](http://zh.rbsdirect.com.br/imagesrc/16746641.jpg?w=52&h=52)
Amizades passam por fases, como os amores. Fase do grude, fase do silêncio, fase da demolição, fase da reconstrução. Tenho uma amigona com a qual eu andava na fase grude, só que ela se apaixonou e saiu de cena com o novo namorado. Hoje nós duas estamos na fase qual é mesmo o teu nome?, mas ela me mandou um WhatsApp dia desses dizendo que sente minha falta e que um dia irá voltar, como se estivesse num paraíso perdido. Ora, ela está o que é uma bênção. O que me comoveu foi a sua definição do momento atual: A felicidade anda me desorganizando.
A gente busca a felicidade como se ela fosse um pacotinho escondido atrás da Torre Eiffel, como se ela estivesse resumida a seis números de loteria, como se ela viesse dentro de uma bolsa de grife, como se sua chegada dependesse de uma foto no jornal, de uma capa de revista: cada um vai atrás da sua felicidade idealizada e acredita que só ao alcançá-la é que a vida finalmente entrará nos eixos.
É o contrário. Aí é que a vida ficará de pernas para o ar.
A cada manhã, levantamos da cama com a esperança de que o dia nos surpreenda, mas as surpresas não são cotidianas, não ficam tão disponíveis, elas são sorteadas aqui ou acolá, escapando de qualquer planejamento. Enquanto nada de especial acontece, a gente está no eixo, muito no eixo. Estabilidade é ausência de emoções fortes. Quando um desejo, finalmente, se cumpre, aí é que a bagunça se instala e o tempo desenfreia-se.
A felicidade (aqui traduzida por uma alegria incontida, não a felicidade da paz de espírito) nos desorganiza, de fato: minha amiga tem total razão, ela que deixou de ser regida pelo cérebro há alguns meses e se tornou ainda mais inteligente. A felicidade é carnavalesca, dança de um lado para o outro, se traveste, se fantasia, retira o relógio do nosso pulso, joga longe nossos sapatos, passa a ser regida por calafrios, não mais por conversas sensatas. Destrava, desalinha, e nós, seus portadores, desalinhamos juntos. Filhos, amigos, parentes: realidade demais, xô.
Esse tipo de felicidade (repito: a do enlevo, do encantamento profundo) não tem laços vitalícios com ninguém, ela é uma chama, um raio, um cometa, intuímos sua efemeridade e queremos mantê-la acesa o máximo de tempo possível. Obediência a calendários e compromissos conduziriam ao fim deste fervor, mas tudo o que queremos é que este fervor permaneça, mesmo que ao custo do nosso despreparo para ele, mesmo que pareçamos fora do esquadro. Ok, pagamos o preço. Desorganizados, mas radiantes.
É possível ser feliz e ao mesmo tempo organizado, mas você entendeu: não estou falando da felicidade comum, aquela incluída em nossos afazeres diários, e sim do êxtase, esse adorável corruptor da nossa agenda.
Fonte: Facebook
domingo, 27 de novembro de 2022
COM ERASMO CARLOS PARA PLAYBOY
LUGARES
FALA-SE MUITO EM FIDELIDADE, MAS EU PREZO MESMO A LEALDADE
sábado, 26 de novembro de 2022
SOBRE FARMÁCIAS E BOTEQUINS
O francês tem apothicaire (boticário) e boutique, e o italiano tem bottega(bodega) e botteghino (botequim). Por sinal, as palavras portuguesas butique e botequim vieram respectivamente do francês e do italiano. Do provençal, língua falada no sul da França, veio botica, e do espanhol, bodega. Em alemão, até hoje “drogaria” se chama Apotheke.
Como se pode perceber, o antigo armazém dos gregos se transformou nos mais diversos locais de estocagem e venda de produtos, especialmente líquidos, como as bebidas e os medicamentos, que antigamente eram basicamente poções. E ainda hoje muitas pessoas, depois de se embriagar no botequim, precisam ir à botica, isto é, à farmácia, para curar seu porre.
Fonte: https://diariodeumlinguista.com
EM RITMO DE GANSO
sexta-feira, 25 de novembro de 2022
VENDO, OUVINDO E CALANDO
LUGARES
MR. MILES
quinta-feira, 24 de novembro de 2022
A TRISTE GERAÇÃO QUE TUDO IDEALIZA E NADA REALIZA
NÃO TROPECE NA LÍNGUA
- Cem mil toneladas de carne representam o consumo nacional de meio mês.
- Ganhou meia gleba de terra.
- Por favor, deixe de meias palavras.
- À meia-noite e meia (hora) apagavam-se as luzes do povoado.
- O almoço deve ser servido ao meio-dia e meia.
- Meio advérbio
- As portas ficaram meio abertas. Ela está meio tonta. São meio tolos.
- Meio em substantivo composto
- A maior parte da sua pintura é feita em meios-tons.
- Só tenho disponibilidade para trabalhar meio período, e não o período integral.