sábado, 29 de fevereiro de 2020

Os ouvidos suportam uma injustiça com mais facilidade do que os olhos. (Publílio Siro)

LUGARES

ROUEN - FRANÇA

Catedral de Notre-Dame de Rouen. Situada no coração do centro histórico, ela resume a evolução da arte gótica. Sua construção começou no século XII, sobre as fundações de uma basílica do século IV e de um conjunto românico do século XI.

Foi retratada por Monet em uma série de quadros, que mostravam os efeitos da luminosidade em sua fachada em diferentes momentos do dia.

Chegou a ser destruída em 1944, pelos bombardeios aliados. Rouen é a capital da Normandia e fica perto de Paris, a mais ou menos 130 quilômetros da capital francesa.

CASA DE TOLERÂNCIA

CASA DE TOLERÂNCIA
João Eichbaum

Não é o que vocês estão pensando. Por exemplo, lá não tinha moça de namoro de portão, de só deixar pegar na pontinha dos dedos, desde que ninguém pudesse ver. Nem moças de olhar espantado, jeito de donzela, recatadas, com medo de tudo, que deixavam as aldravas da honra aos cuidados da mãe. Não. A casa de Maria Apolônia, que tinha na frente luzes vermelhas piscando e apresentando o nome de Balalaika, era casa de portas abertas, de livres amores.

Mas desde que tudo fosse feito dentro dos conformes da moral da casa. Primeiro, uma Brahma (né, bem!), para molhar a palavra, desinibir os apetites e aproximar os pares. Claro que alisamentos eram permitidos, desde que feitos nas partes por fora dos abotoados da moça. Nesses procedimentos ninguém botava vista, porque faziam parte dos prolegômenos, que hoje em dia são chamados de “preliminares”. O principal viria depois da terceira ou quarta Brahma, que a moça pedia delicadamente.

Mas, antes do principal ainda vinha a dança. O sanfoneiro apurava seu gosto, desatarraxava da gaita aquele bolero sentimental e triste. Aí o casal deixava a Brahma na mesa e ia para a pista rodar o corpo de rosto coladinho, mas com todo o respeito que a Maria Apolônia, de olhos bem abertos, merecia. Era como se fosse baile de debutante, de moça de família, de honra intacta, resguardada, até que a Santa Madre Igreja desse licença para o cumprimento da “multiplicação” determinada por Deus.

Era assim que funcionava: tudo na linha, sob o olhar severo e abrangente de madre superiora da Maria Apolônia. Então ali, no recinto público, o respeito imperava como nas associações recreativas da mais alta sociedade. A tolerância tinha limites.

Embarafustados nos quartos, sim, cada qual era dono de sua vida e a Maria Apolônia nada tinha a ver com isso. Desde que lhe passassem os estipêndios correspondentes à taxa sobre o amor, podiam mostrar um para outro de que eram forrados, sem escândalos públicos. Então os desrespeitos só aconteciam debaixo das colchas, longe das vistas. E sem que ninguém também ouvisse, porque o sanfoneiro tratava disso, abrindo bem os foles da gaita.

O mesmo respeito não se vê no rufianismo político, aquele do “é dando que se recebe”, em que foi transformada a democracia. Em nome dessa, os aproveitadores se adubam com regalias e privilégios, haveres e poderes, à custa do povo. E não bastam as verbas. Há também o fundo partidário, que lhes engorda os prazeres. Na hora de mostrar serviço, eles extraem de si o pior que a casa tolera, como aconteceu semana passada: miam desaforos do mais baixo calibre, se expedem pontapés em bagos e traseiros, e se engalfinham como galos de rinha.

Enfim, a casa de tolerância é construída pela leviandade: o povo paga a polícia para que não sejam presos os rufiões da democracia. Esses, de paletó e gravata, sem postura moral, andam e defecam para o cargo que exercem, e só abrem a boca para desovar a podridão de seu insignificante vocabulário.

Fonte: https://visaodovalesl.com.br

FRASES ILUSTRADAS

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2020

No vácuo da lei, indivíduos e grupos arbitram o que é justo e injusto. (Jurandir Freire Costa, psicanalista)

LUGARES

MONTE TITLIS - SUIÇA
Monte Titlis, encontra-se nos Alpes Uraneses, no cantão de Uri e no cantão de Berna na Suíça e que culmina a 3 238 m. De fácil acesso a partir de Engelberg desfruta-se uma vista panorâmica sobre os Alpes Berneses e o planalto do Lago dos Quatro Cantões. (Wikipédia)

FRASES ILUSTRADAS

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2020

Uma garrafa de vinho meio vazia também está meio cheia; mas uma meia mentira não será nunca uma meia verdade. (Jean Cocteau)

LUGARES

SPLIT - CROÁCIA
Split (Ασπάλαθος [Aspálathos], em grego; Spalatum, em latim; Spalato, em italiano) é a maior e mais importante cidade da Dalmácia, bem como o centro administrativo do condado de Split-Dalmácia, na Croácia. Está situada numa pequena península na margem oriental do Mar Adriático, na base dos montes Kozjak e Mosor. Com uma população de 193.867 habitantes (2005), 95,15% dos quais de origem étnica croata (censo de 2001), é a segunda maior cidade da Croácia.

NÃO TROPECE NA LÍNGUA


VÍRGULAS COM NOMES DE PESSOAS

Os nomes próprios de pessoas escritos numa frase podem ou não ser separados por vírgulas – e disso entendem os jornais e revistas, que falam não só de chiques e famosos mas de políticos e de outros simples mortais. Também o advogado, em seu trabalho, cita muitos nomes de pessoas. E aí a vírgula pode contribuir para aclarar uma situação, dar uma informação correta. É o caso, por exemplo, de filhos ou funcionários envolvidos numa questão jurídica. Se determinada empresa tem vários funcionários e foi um deles que, digamos, abalroou o veículo X, a frase será assim:
  • Afirma o réu que seu funcionário Mário Tadeu dirigia o veículo na ocasião.
  • Se tal réu tivesse apenas um empregado, o nome deste iria entre vírgulas:
  • Afirma o réu que seu funcionário, Mário Tadeu, dirigia o veículo na ocasião.
Neste último caso, o nome se torna um aposto explicativo (o qual equivale a uma oração adjetiva explicativa sem "que é"), o que justifica sua separação por vírgulas.

Sendo assim, sempre que se referir a pessoa que tiver um cargo único e especificado na frase, como presidente da República, do Senado, da Câmara Federal, de um partido político, de uma empresa etc., ou governador de um Estado, faça a separação do nome da pessoa por vírgulas – uma ou duas, conforme sua posição na frase. Também é o caso de pai e mãe, que temos um só, e de marido e mulher:
  • A mãe de Caetano e Bethânia, dona Canô, é quase tão famosa quanto os filhos.
  • O governador de Santa Catarina em 2001, Esperidião Amin, e o então ministro da Ciência e Tecnologia, Ronaldo C. Sardenberg, oficializaram um projeto pioneiro no país – a Rede Catarinense de Ciência e Tecnologia.
  • A ação contra a empresa TAL foi proposta por João Silva e sua mulher, Amália J. Silva.
  • O fundador de Jaraguá do Sul, Emílio Carlos Jourdan, morreu em 8 de agosto de 1900, no Rio de Janeiro.
Mas quando se referir a um entre vários da mesma categoria – como ex-governador, ex-esposa, diretor de empresa (normalmente há mais de um diretor), professor de escola, habitante, ator, candidato etc. – não faça o destaque do nome entre vírgulas:
  • Um dos palestrantes foi o economista e especialista em gestão condominial César Thomé Júnior.
  • O ex-governador do Paraná Álvaro Dias concedeu entrevista a uma rádio de Maringá.
  • O brusquense Eleutério Graf abriu sua banca num dos principais pontos da cidade. 
  • Para a professora da USP Roseli Baunel, especializada em Educação Especial, a escola deve perceber o que pode oferecer ao aluno com deficiência visual.
  • Os candidatos a vereador Tobias Sailor e Tadeu Pilli devem comparecer ao debate.
No caso de irmãos e filhos, depende. Filho único é separado por vírgulas. Havendo mais de um filho ou filha, as vírgulas não devem ser usadas:
  • O jornal publicou pequena entrevista com o filho de Celso Pitta, Victor.
  • Vera Fischer e sua filha, Rafaela, aparecem juntas na foto.
  • Os seus irmãos Samuel e Sandra estarão competindo em tênis de mesa. [deduz-se que haja outros irmãos]
Quando se tratar de nomes estrangeiros ou desconhecidos, ou quando ocorrer uma repetição de nomes (Paulo Paulo, por exemplo), inverta a ordem dos termos. Em vez de:
  • - O líder da Frente Revolucionária Unida Foday Sankoh recebeu treinamento militar na Líbia.
  • - O ex-governador de São Paulo Paulo Maluf se candidatou novamente.
Escreva:
  • Foday Sankoh, líder da Frente Revolucionária Unida, recebeu treinamento militar na Líbia. 
  • Paulo Maluf, ex-governador de São Paulo, se candidatou novamente.
Fonte: www.linguabrasil.com.br

FRASES ILUSTRADAS

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2020

A paciência é uma árvore de raiz amarga, mas de frutos doces. (Provérbio Persa)

BANG

BANG

Pois, só Deus sabe o que levou Pop Thumstone a bater em Vila Velha. E a bater em Vila Velha justamente no princípio do século, quando ela nem cidade era. Era apenas uma ruazinha que começava na Igreja e terminava logo ali. Pop cruzou o Uruguai e bateu em Vila Velha em companhia de dois gêmeos mudos que passavam o tempo trocando cotoveladas e rindo de piadas que ninguém contava. O coronel que havia era outro, coronel Bento, veterano, não da Guerra do Paraguai, mas de outra bem pior: da Revolução de 93.

Pop levou apenas uma hora para descobrir quem mandava na cidade e mais cinco minutos para saber que o coronel Bento ainda tinha mais inimigos que gostaria de ter. Pop ajeitou o coldre e tocou para a estância do coronel Bento, com os dois gêmeos mudos. Deu por lá às onze da manhã de domingo, justamente no dia em que o filho do coronel Bento estava de aniversário. Foi se chegar e ninguém falou mais. Vila Velha jamais havia visto o coldre naquela posição e um Colt 45 ainda era o máximo de progresso. Pop olhou o coronel Bento e disparou:

- Serrê su brazo deretcho.

O coronel Bento levou meia hora para entender o inglesol de Pop. E quando entendeu, entendeu ainda menos.

- O que é que o gringo quer?

- Matairê suz enemigus.

Isso o coronel Bento entendeu e mais do que entender, gostou. Caía do céu aquele gringo maluco, porque agora havia paz demais sem uns maragatos de menos.

- Tu atira bem?

Pop então começou a cometer pecados. Num segundo sacou da arma e cortou cinco espetos. A peonada toda embasbacou. O coronel Bento ficou tão entusiasmado que pediu outras demonstrações. Foram duas horas de tiroteio, não apenas de Pop, mas também dos gêmeos. Atiraram em tudo que o coronel Bento pediu e sempre com uma certeza de demônios. Quando terminou o tiroteio, o coronel Bento bateu nas coxas e trovejou:

- Semana que vem vai ter defunto novo da Vila.

As comemorações começaram imediatamente e foram até o pôr do sol, quando o coronel Bento se despediu dos novos contratados e foi para a cama. E ali começou a pôr a cabeça no lugar, porque dona Ritinha já deu de implicar com os gringos.

- Isso é gente perigosa.

- Mas que perigosa, mulher.

- Tu viu como eles atiram. Não erram uma. Quinze dias de trabalho e não tem mais maragato vivo por aqui. O Júlio de Castilhos não vai gostar.

- Mas aí é que tá o bom, minha veia. Quando o velho reclamar, eu digo que foram os gringos e tá acabado.

Houve uma pausa enorme e quando o coronel Bento já estava quase pegando no sono, dona Ritinha perguntou:

- Véio! E quem é que vai convencer o gringo que tá acabado?

O coronel Bento sentou na cama, de dedo em riste para responder, mas não respondeu coisa alguma. Ficou olhando para a mulher, que armou uns olhos inocentes. Num segundo, o coronel Bento viu aqueles Colts trovejando na sua direção e seu corpo jogado de um lado para outro pelo impacto das balas. No dia seguinte, mandou chamar os gringos e desfez o negócio.

- É muito progresso pra Vila Velha. O negócio aqui é ainda à antiga. Não convém apressar muito.

No dia seguinte, Pop e os gêmeos estavam trabalhando para o major Fidêncio, maragato meio milagroso que havia escapado da revolução com muito negaceio. E ao meio-dia, Pop e os gêmeos bateram na estância do coronel Bento e disseram:

- Manheina diuelo na cailhe principal.

Os gêmeos se cutucaram satisfeitos e Pop completou:

- Ocho hoiras.

Montaram nos cavalos e saíram num trote desaforado. O coronel Bento levou uma hora inteira para voltar a si e conseguir falar. Dona Ritinha quis desandar numa choradeira, mas o marido não deixou.

- Tu não chora por gringo, mulher.

- Mas que gringo, veio. Tou chorando é por ti.

O coronel Bento não acreditou.

- Por mim? Mas tu até que tá muito louca.

- Mas eu vi o jeito dos gringo atirar, meu véio.

O coronel Bento cuspiu para o lado e riu:

- Pois até que nem atiram mal.

E saiu para reunir o pessoal. Nem houve sesta. Saíram uns vinte para a Vila. Chegaram na pensão de seu Olegário, lá por volta das oito da noite, e nem deram como vai. Já foram para o quarto dos fundos, onde Pop tomava um banho e os gêmeos limpavam as armas. Foram muito respeitadores, tanto que o capataz do coronel bateu primeiro na porta. O gêmeo que abriu já abriu morto com um tiro na testa. O outro correu para a janela e morreu com um pé fora e outro dentro do quarto. Pop nem falou. Olhou aquele pessoal todo e só depois de um minuto comprido achou que era engano de data:

- Manheina.

O capataz cuspiu dentro da tina por puro desaforo.

- Mas tu até é sem-vergonha, gringo. Então tu acha que o coronel Bento vai deixar para amanhã o que pode fazer hoje? Taca fogo nele. 

Pop ainda deu um berro:

- Honor.

Mas o capataz não ouviu. Completou o serviço e quando voltou para a fazenda contou ao coronel Bento:

- O gringo morreu chamando a mãe dele, uma tal de Honor.

E o coronel Bento achou muito justo:

- Mãe é mãe.

E anos depois contava ao outro coronel:

- Tu imagina, não sei da onde aquele gringo foi tirar a idéia que eu ia me sujar, brigando com qualquer um no meio da rua.

E o outro coronel disse que talvez lá no Texas fosse diferente. É, vai ver que era mesmo. (JOCKYMANN, Sérgio. Vila Velha, Porto Alegre : Editora Garatuja, 1975, p. 94)

FRASES ILUSTRADAS

terça-feira, 25 de fevereiro de 2020

Quando não somos inteligíveis é porque não somos inteligentes. (Victor Hugo, 1802-1885)

LUGARES

SASS PORDOI - DOLOMITAS


No topo da Pordoi, um terraço natural que oferece um magnífico panorama de todos os principais picos das Dolomitas. Altitude: 2.950 metros.

ROMANCE FORENSE

ENROLADOS NA TOGA

Um diferenciado senador da República – nada que o ligasse ao estilo Renan, Jucá ou Eunício - é arrolado como testemunha em uma ação, numa comarca integrante de uma região administrativa do Distrito Federal, a menos de 30 km do Eixo Monumental dos Três Poderes, em Brasília. A juíza liga à assessoria do político para que ele marque dia e hora para a oitiva em seu gabinete, como manda a prerrogativa.

A resposta é gentil: “O douto senador faz questão de ir pessoalmente ao fórum, prestar seu depoimento, aceitando a data da pauta forense”.

“Hmmm, que sucesso...” – pensa a jovem magistrada. No dia e hora e aprazados, ela é informada – com meia hora de antecedência - de que “o senador já está a caminho e chegará um pouco antes do horário aprazado”.

A juíza veste a toga, prepara-se para o grande momento, avisa a ´entourage´ de que aguardará sentada e que se levantará para cumprimentar o senador imediatamente após a entrada dele na sala de audiências. Tudo é protocolarmente ensaiado.

O senador chega, a magistrada se levanta, estende a mão e – que zebra! – percebe que a toga comprida está enganchada na rodinha da cadeira. Uma, duas, três, quatro tentativas de desprender-se do incômodo, o senador se oferece para ajudar. Vai para trás da cátedra, puxa forte – tão forte que não só a toga desfaz-se da rodinha, como a juíza e aquele respeitável senhor político vão ao chão, embrulhados na toga, com a cadeira magistral tombada quase sobre os dois.

Com forças redobradas, a magistrada firma o quadril e consegue levantar-se, ajudando o provecto político a se colocar de pé também. Posturas corrigidas, assessores perguntando se “está tudo bem?”, a servente chega oferecendo água. A magistrada ajeita os longos e lindos cabelos que haviam se embaralhado. Tudo resolvido.

Protocolo retomado, o depoimento do senador ocorre sem problemas. O termo é assinado, a magistrada agradece e se desculpa pelo “desagradável imprevisto”.

Então, querendo ser agradável, o político pronuncia uma frase constrangedora: “Doutora, jamais vou me esquecer de ter me enrolado, com a senhora, nas sedas pretas desta macia toga”...

Fonte: www.espacovital.com.br

FRASES ILUSTRADAS

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2020

É incrível que a perspectiva de ter um biógrafo não tenha feito ninguém desistir de ter uma vida. (Emile M. Cioran, ensaísta romeno)

LUGARES

INNSBRUCH - ÁUSTRIA

NA REAL

Martha MedeirosMartha Medeiros

Quando falo da minha atividade como escritora, alguns me julgam modesta, mas de modesta não tenho nada. O que tenho é uma maneira muito própria de encarar meu trabalho. É uma aventura, uma sorte, uma oportunidade, nada mais.

Como o estrelismo anda em alta, acabando passando por humilde, mas lendo o livro “Grande magia”, de Elizabeth Gilbert, encontrei alguém que também tem uma ideia pé no chão sobre o que é ser um artista.

Elizabeth é autora de vários livros, entre eles o best-seller “Comer, rezar, amar”. Está lançando agora “Grande magia – Vida criativa sem medo”, em que relata sua trajetória profissional e dá uma situada sobre como a coisa funciona.

Assumidamente autoajuda, ela incentiva o iniciante a não ter medo de ser rejeitado, medo de que todo mundo já tenha feito melhor que ele, medo de parecer narcisista, medo de não ter talento, medo de magoar os parentes, medo de não fazer sucesso. Comece logo! – ordena ela. Criar é para os corajosos.
E faz um lembrete importante: não busque a originalidade. Eu tenho batido nessa tecla em todos os eventos literários de que participo, mas Elizabeth Gilbert é mais famosa do que eu, então ouça o que ela diz: “A maioria das coisas já foi realizada – mas ainda não foram realizadas por você”. Ou seja, troque originalidade por autenticidade. Faça do seu jeito e veremos o que acontece.

Pode acontecer nada. Sua arte provavelmente não será importante para os outros. Assim é. Você não veio ao mundo para salvar ninguém. Apenas faça aquilo que lhe dá prazer e, se for bom, o resto virá por consequência. Se não for bom, ao menos você apostou. É o que somos todos: apostadores.

A certa altura, ela reproduz no livro, uma resposta que Werner Herzog deu a um cineasta independente que se dizia incompreendido, esnobado, preterido, injustiçado e duro. “O mundo não tem culpa de você ter decidido ser artista. Não é tarefa do mundo gostar dos filmes que você faz, e sem dúvida, ele não tem nenhuma obrigação de financiar seus sonhos. Ninguém está interessado. Se precisar, roube uma câmera, mas pare de reclamar e volte ao trabalho.”

O problema é que ninguém quer ser reconhecido apenas como um criador disciplinado e meia-boca. As pessoas sonham em transformarem-se em ícones. Ou um Walter Salles, ou nada. Ou uma Clarice Lispector, ou nem vale iniciar. Se os Titãs conseguiram, por que não eu?

Melhor reduzir as expectativas. O sucesso é um acidente. Simplesmente entre no jogo e pratique muito. Utilize seus momentos de ócio, pois durante o horário comercial é preciso dedicar-se a uma profissão que lhe sustente. Ser artista não é sua profissão. Provavelmente nunca será. E daí? Você não quer se divertir?

Se esse for o real propósito, aí, sim, a tal magia pode acontecer. 

Fonte: Facebook

FRASES ILUSTRADAS


domingo, 23 de fevereiro de 2020

THE ROKES

O grupo The Rokes foi formado na Inglaterra em 1960, mas fez grande sucesso na Itália, principalmente através dos seus festivais. No período 1966-67 o grupo atingiu o auge do sucesso. Aqui um deles.


Che Colpa Abbiamo Noi

QUE CULPA TEMOS NÓS


La notte cade su di noiA noite cai sobre nós
La pioggia cade su di noiA chuva cai sobre nós
La gente non sorride piùAs pessoas não sorriem mais
Vediamo il mondo vecchio cheVemos o mundo velho que
Ci sta crollando addosso maEstá de desmoronando, mas
Ma che colpa abbiamo noiMas que culpa temos nós?

Sarà una bella societàSerá uma bela sociedade
Fondata sulla libertàBaseado na liberdade
Però spiegateci perchèMas por favor, expliquem por que
Se non pensiamo come voiSe não pensamos como vocês
Ci disprezzate come maiNós desprezado como sempre
Ma che colpa abbiamo noiMas que culpa temos nós?

E se noi non siamo come voiE se nós não somos como vocês
E se noi non siamo come voiE se nós não somos como vocês
E se noi non siamo come voiE se nós não somos como vocês
Una ragione forse c'èUma razão talvez exista
E se non la sapete voiE se vocês não sabem qual é
E se non la sapete voiE se vocês não sabem qual é
Ma che colpa abbiamo noiMas que culpa temos nós?
São necessários apenas dois anos para que o ser humano aprenda a falar, e toda uma vida para que ele aprenda a ficar em silêncio. (Florian Bernard)

LUGARES

TOLEDO - ESPANHA
Toledo é um município da Espanha na província de Toledo, comunidade autônoma de Castilla-La Mancha. Foi a capital da Hispânia visigótica, desde o reinado de Leovigildo, até a conquista moura da península Ibérica no século VIII. Sob o Califado de Córdoba, Toledo conheceu uma era de prosperidade. Após a decomposição do Califado de Córdoba em 1035, tornou-se capital do Taifa de Toledo. A 25 de maio de 1085, Afonso VI de Castela reocupou Toledo e estabeleceu controle direto sobre a cidade moura. Este foi o primeiro passo concreto do reino de Leão e Castela na chamada Reconquista.

Toledo era famosa por sua produção de aço, especialmente espadas, e a cidade ainda é um centro de manufatura de facas e pequenas ferramentas de aço. Após Filipe II de Espanha mudar a corte de Toledo para Madrid em 1561, a cidade entrou em lento declínio, do qual nunca se recuperou.

Cervantes descreveu Toledo como a "glória da Espanha". A parte antiga da cidade está situada no topo de uma montanha, cercada em três lados por uma curva no rio Tejo, e tem muitos sítios históricos, incluindo o Alcázar, a catedral (a igreja primaz da Espanha), e o Zocodover, seu mercado central. Toledo era famosa por sua tolerância religiosa e possuía grandes comunidades de judeus e muçulmanos, até que eles foram expulsos da Espanha em 1492; por isto a cidade tem importantes monumentos religiosos, como a sinagoga de Santa Maria la Blanca, a sinagoga de El Tránsito, e a mesquita de Cristo de la Luz. No século XIII Toledo era um importante centro cultural sob o domínio de Afonso X, cuja alcunha era "El Sabio" ("O Sábio") por seu amor ao conhecimento. A escola de tradutores de Toledo tornou disponíveis grandes trabalhos acadêmicos e filosóficos originalmente produzidos em árabe e hebraico ao traduzi-los para o latim, disponibilizando pela primeira vez uma grande quantidade de conhecimentos para a Europa. A catedral é notável por sua incorporação de luz, e nada é mais notável que as imagens por trás do altar, bastante altas, com figuras fantásticas em estuque, pinturas, peças em bronze, e múltiplas tonalidades de mármore, uma obra-prima medieval. A cidade foi local de residência de El Greco no final de sua vida, e é tema de muitas de suas pinturas, incluindo O Enterro do Conde de Orgaz, exibido na Igreja de Santo Tomé.

FRASES ILUSTRADAS

(Ernest Einstein)

sábado, 22 de fevereiro de 2020

Escuto e esqueço; vejo e recordo; faço e entendo. (Tao Te King)

LUGARES

AMBOISE - FRANÇA
Amboise é uma comuna francesa situada na margem esquerda do rio Loire, no local onde este se separa transitoriamente em dois braços, formando uma ilha (Ilha-Grande ou Ilha-d'Ouro), facilitando assim a sua travessia. No planalto acima, encontra-se o seu castelo. Por ter tido um castelo real, várias personalidades viveram em Amboise, sendo a mais célebre Leonardo da Vinci. O gênio renascentista italiano passou aqui os últimos anos da sua vida. Foi a terra natal do rei Carlos VIII de França (que também morreu aqui), do poeta Jean Commire, e do filósofo Louis Claude de Saint-Martin, co-autor da divisa Liberté, Égalité, Fraternité (Liberdade, Igualdade, Fraternidade) da Revolução Francesa, juntamente com Louis Blanc. De entre personalidades contemporâneas que viveram aqui, pode-se citar o cantor Mick Jagger, que possui um propriedade nos arredores.

QUANDO O CALOTE VIRA ONIOMANIA

QUANDO O CALOTE VIRA ONIOMANIA
Por Janer Cristaldo

As piadas antigas são sempre atuais. Quem não lembra daquele senhor que foi queixar-se ao médico de que tinha sarna?

- Que sarna que nada – disse o médico –. Um homem de sua condição social tem escabiose. 

A Folha de São Paulo de hoje traz um caso interessante de pintar com palavras eruditas o que vulgarmente atende por um nome bem banal. Nos traz a notícia de um contador de 31 anos que não conseguiu mais pagar a comida nem o passe de ônibus:

"Cheguei ao fundo do poço em três anos. Devia cerca de R$ 35 mil quando ganhava R$ 1.000 por mês." O contador, que não quer se identificar, participa de reuniões do Devedores Anônimos em São Paulo, um grupo de apoio a pessoas que sofrem de compulsão pelas compras (oniomania).

Em meus dias de guri, isso tinha outro nome. Quem assim se portava, só por eufemismo chamávamos de irresponsável. Na verdade, era um caloteiro. E merecia ser punido. Hoje é um oniômano. E faz terapia. Desde 2010 – prossegue o jornal - três grupos desse tipo foram abertos na capital paulista, na Grande São Paulo e no Rio de Janeiro. Em São Paulo, o grupo mais antigo, que funciona nos Jardins desde 1998, aumentou o número de encontros de um para dois por semana desde janeiro.

Pelo jeito, ao lado dos equoterapeutas e bototerapeutas, temos agora os oniomanoterapeutas. Nestes dias de crédito fácil, a profissão tem futuro. Me pergunto como serão as reuniões desses grupos. Vai ver que discutem as melhores fórmulas de como rolar a dívida, de banco a banco, de cartão a cartão.

Ainda não decidi se sou honesto ou bobalhão. Nunca tive dívidas em minha vida. Jamais comprei além do que poderia pagar. Deve ser herança de meu pai. Camponês, se horrorizava ante a idéia de dever algo para alguém. É fácil. Basta não pretender dar passo maior que as pernas. Isso de comprar o que não se pode comprar está minando a economia de muitos países. Só vim a usar cartão de crédito há poucos anos. E isso porque hoje é impossível viajar sem cartão, mesmo que você tenha dinheiro a granel.

Foi esta mania que gerou a chamada crise do subprime nos Estados Unidos, desencadeada em 2006. Segundo leio na rede, os subprimes incluíam desde empréstimos hipotecários até cartões de crédito e aluguel de carros, e eram concedidos, nos Estados Unidos, a clientes sem comprovação de renda e com histórico ruim de crédito. Eram os chamados clientes ninja (no income, no job, no assets): sem renda, sem emprego, sem patrimônio. Essas dívidas só eram honradas mediante sucessivas "rolagens", o que foi possível enquanto o preço dos imóveis permaneceu em alta.

Quando os juros dispararam nos Estados Unidos - com a conseqüente queda do preço dos imóveis - houve inadimplência em massa. O que arrastou vários bancos para uma situação de insolvência, repercutindo fortemente nas bolsas de valores de todo o mundo.

A mesma mania está na origem da crise espanhola, o que fez muita gente devolver imóveis de alto preço que haviam comprado sem ter lastro. Sem ser economista, suponho que o mesmo fator terá gerado a crise na Grécia. O Brasil vai em bom caminho. Com São Paulo na liderança. Abençoado país este nosso. O que no Primeiro Mundo gera crise econômica, no Brasil é tratado como doença passível de terapia.

Não por acaso São Paulo abriga um grupo de Devedores Anônimos. Confesso jamais ter visto cidade onde tanta gente vive de aparências. Foram picados pela mosca azul, como diria o Machadinho. Status oblige. Conheci não poucos casos de perto. O mais emblemático foi o de um vizinho de bairro, em cujas festas caí meio por acaso. Era pessoa culta e generosa, gostava de gente em torno a si e de cozinhar para a alegria de seus convivas. Vivia confortavelmente em um apartamento de uns 150 m2, onde pelo menos uma vez por mês reunia seu povo. Sua mosca azul terá sido uma belíssima baiana. Que um dia deve ter-lhe sussurrado: quem sabe a gente compra uma casa em Alphaville?

Comprou. Agora havia mais espaço para os convivas, que podiam dançar em torno à piscina. Várias vezes fui convidado para tais festas, o que me gerava um problema. Não tenho carro e acabava pagando uns 300 reais de táxi. Ou seja: comer de graça chez mon hôte me custava bem mais caro do que pagar uma refeição em um bom restaurante. Mesmo assim, eu rumava a Barueri, que mais não fosse pelo prazer da festa.

Mon hôte era obcecado pelas cabrochas. “Foi por elas que vim para o Brasil”, costumava dizer. Suas festas eram sempre ornadas por negras tão lindas quanto sua companheira. Contratava garçons e banda de música. Mas o que é bom dura pouco, dizem as gentes.

Sufocado por dívidas, sem poder sequer pagar o condomínio, recorreu aos convivas. Fui sensível a seu drama. Em um primeiro momento, pensei em contribuir com cinco mil reais, a fundo perdido, em memória daqueles dias de festa. Na caminhada rumo ao banco, pensei melhor: peraí, eu não vivo em condomínio de luxo, não tenho carro nem piscina. Quem precisa de ajuda sou eu. Minha generosidade diminuiu para mil reais. Na hora de depositá-los, pensei mais uma vez: tampouco tenho condições de dar festas para 50 ou 60 pessoas. Repassei apenas 500 reais.

Pelo que sei, boa parte de seus convivas dele se afastaram. Se não todos. Houve quem contribuísse com remédios, mas não com dinheiro para a vida farta. Ele deve ter considerado que, na hora do infortúnio, os “amigos” se revelam como são e desaparecem. Ocorre que fere o bom senso pedir ajuda para viver em condomínio de luxo a pessoas que não têm condições de viver em condomínio de luxo. E que talvez neles jamais viveriam, mesmo que as tivessem. 

O mal parece ser universal. Na rica Suécia, me dizia um político: “Todo mundo é rico aqui, não é verdade? Todos têm carro, casa secundária, iate ou veleiro, não é verdade? Não é. Todos estão pendurados em empréstimos que jamais poderão pagar”. 

Não tenho idéia do que foi feito deste – como direi? – oniômano. Certamente não estará freqüentando grupos de devedores anônimos, não era homem de iludir-se com modismos. Tampouco tinha contatos com o poder, a ponto de viver de corrupção. Homem de saúde frágil e bastante além del mezzo del cammin di nostra vita, deve ter encontrado sua selva escura. Se é que ainda vive.

Eles são legião em São Paulo. O crédito fácil lhes dá uma ilusão de riqueza. Pelo menos por alguns anos. Até que a fonte seca. A imprensa fala em consumo compulsivo. Vá lá! Mas no fundo, no fundo mesmo, o que os impele a gastos além das posses é a maldita mania de status.

Deste mal não sofro. Nunca me ative a bens. Respeito o homem rico que vive com inteligência, mas estes são raros. O que mais grassa neste mundinho são os novos ricos, que vivem de aparências. As posses que uma pessoa possa possuir não me impressionam. Mas me rendo a uma virtude cada vez mais rara, a cultura. Virtude que não exige muito dinheiro. Mas é cada vez mais escassa. Meu anfitrião era homem culto. Mas deixou-se picar pela mosca azul. Ou talvez pelas cabrochas.

Clínicas privadas estão tratando a nova “doença” junto com a dependência química. Ora, dependência química é orgânica, ataca o organismo do doente. Consumismo depende de volição. Não ter vontade suficiente para deixar de consumir o que não se pode consumir, não me parece ser doença, mas falta de caráter. 

Mas, obviamente, tratar falta de caráter como doença é sempre mais civilizado.

Fonte: http://cristaldo.blogspot.com - 23/07/2012

FRASES ILUSTRADAS

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2020

Duas coisas indicam fraqueza: calar-se quando é preciso falar, e falar quando é preciso calar-se. (Provérbio Persa)

LUGARES

MADRID - ESPANHA
Dom Quixote e seu fiel escudeiro Sancho Pança

NÃO TROPECE NA LÍNGUA


O USO DE POR QUE EM PERGUNTAS E AFIRMAÇÕES

De São Paulo, o leitor W. Santos sugere o tema por que e porque. E sei por quê. É que há toda uma geração de brasileiros que aprendeu o seguinte: por que separado se usa em perguntas; porque junto se usa na resposta. É verdade, mas não é a verdade toda. O correto é acrescentar que por que separado também se usa em respostas e afirmações. Vejamos esses casos esquematicamente.

1. POR QUE
Expressão formada pela sequência de preposição + pronome interrogativo ou relativo. Utilizada em perguntas diretas e indiretas; em frases afirmativas/negativas e exclamativas; em títulos de obras/artigos. Equivale a por qual razão / por qual motivo. Exemplos:
  • Por que está tão difícil a captação de recursos?
  • Vocês entenderam agora por que é importante ler bons textos?
  • Sabes por que ela não veio? Sinceramente, não sei por que ela não veio.
  • Por que entrar no orkut, eis a questão.
  • Sempre me pergunto por que a inflação está voltando a esse patamar.
  • Teve de explicar aos superiores por que acontecera outro acidente.
  • Ninguém entende por que você o abandonou.
POR QUE PARAR DE FUMAR [título de artigo]
  • Por que formar uma miniempresa – anote dez razões [título de livro]
  • Vamos verificar por que as vendas estão caindo nesse setor.
Observe que a palavra razão/motivo pode estar apenas subentendida ou aparecer claramente na frase:
  • Se pago, quero saber por que (motivo) pago.
  • O cliente teve de explicar por que (razão) atrasou o pagamento.
  • Houve um engarrafamento, daí por que nos atrasamos. 
[ = daí o motivo pelo qual ]
  • Eis os motivos por que eles parecem tão felizes.
  • Não consigo entender por que razão foram descontados os dias de greve.
2. POR QUÊ?!
O monossílabo átono que passa a ser tônico em final de frase. Acentue-o, portanto, antes do ponto (final, de interrogação ou de exclamação):
  • Obrigado. – Não há de quê.
  • O prefeito convocou uma reunião mas ninguém compareceu, só Deus sabe por quê.
  • Quem foi à festa adorou. Você não quer descobrir por quê?
  • Correr tanto pra quê?
  • Ela é especial, sabes por quê?
  • Qual o quê! Isso é pura intriga.
3. PORQUE
Conjunção explicativa ou causal, substituível por pois, uma vez que, já que, porquanto, ou pelo fato de que, como (caso dos dois últimos exemplos a seguir):
  • Não foi ao treino porque não se sentia bem.
  • Ele se sente meio confuso porque não leu a matéria com concentração.
  • Por que foram a juízo? Porque estavam cheios de razão.
  • Abandonou o curso de pós-graduação porque, tendo de dar aulas à noite e trabalhar de manhã, sentiu-se no limite.
  • Ela, sim, soube a razão do confisco, porque além do cargo tinha outros poderes.
  • Porque o fumo é plantado em lombas, as mudas nem sempre podem ser replantadas em terreno contínuo. 
  • Porque a onça caça à noite é difícil registrar seus hábitos.
4. PORQUÊ
Acentuado, numa palavra só e antecedido de artigo, agora é substantivo masculino, pluralizável, equivalente aos substantivos motivo, causa, razão, indagação:
  • Não entendo o porquê da rejeição.
  • O Congresso precisaria analisar o porquê de tantos desmandos. 
  • É difícil achar respostas para todos os nossos porquês.
Fonte: www.linguabrasil.com.br

FRASES ILUSTRADAS

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2020

O primeiro economista do mundo foi Cristóvão Colombo: quando saiu, não sabia onde ia; quando chegou, não sabia onde estava. E tudo foi por conta do governo. (Ronaldo Costa Couto)

LUGARES

MUNIQUE - ALEMANHA
Um dos mais belos palácios da Europa, o Castelo de Nymphenburg cresceu ao redor de uma casa de campo em estilo italiano erguida em 1663 para a princesa Henriete-Adelaide. O Schloss Nymphenburg é um palácio barroco da Alemanha, localizado em Munique. Durante muito tempo, o Schloss Nymphenburg serviu de residência de Verão aos governadores da Baviera. O Rei Maximiliano I José morreu no palácio em 1825, e o seu bisneto, o Rei Luís II, nasceu ali em 1845. Atualmente, o Schloss Nymphenburg está aberto ao público, embora continue a ser casa e chancelaria do chefe da Casa de Wittelsbach. 

O RETARDADO

O RETARDADO
Por Sérgio Jockymann

Pois, trinta nos depois se pode contar a real e verdadeira história do internamento do casal russo, que durante tantos anos foi inexplicável para Vila Velha. Há mesmo gente que até hoje aponta o fato como uma prova das crueldades que o coronel andou cometendo no mundo, o que de forma alguma representa a verdade. A verdade é que quando os Petrov apareceram em Vila Velha, o coronel até que foi muito gentil e chegou até a ouvir a história toda da fuga do velho Ivan, da Rússia, levando as joias da família debaixo do braço. Dona Sofia não falava na presença de estranhos e só balançava a cabeça confirmando as palavras do marido. Depois de contar todo seu drama, Ivan disse que  vinha  à Vila Velha em busca de paz e tranquilidade.
O russo protestou dizendo que não era para ele.
- Para sua senhora, então?

FRASES ILUSTRADAS

terça-feira, 18 de fevereiro de 2020

O capitalismo é a exploração do homem pelo homem. O socialismo é o contrário. (Millôr Fernandes)

LUGARES

FLORIANÓPOLIS (SC)
(Santo Antônio de Lisboa)



ROMANCE FORENSE

Charge de Gerson Kauer
O RECLAMANTE DUPLAMENTE PELADO

Trabalhador de um município gaúcho é vitorioso em ação trabalhista, mas o reclamado usa de recursos que protelam o desfecho por vários anos, até que na execução, são depositados cerca de R$ 20 mil. O advogado recebe o alvará, manda correspondência para o cliente informando, e marca data para entrega dos valores, já descontados os justos honorários.

- "Gostaria de receber em dinheiro e não em cheque, porque não tenho conta bancária" - pede o reclamante, por telefone, na véspera.

No dia marcado, 11 e meia da manhã, é feita a entrega do dinheiro ao cliente, com a recomendação de que fizesse bom uso.

Com o dinheiro em mãos, o personagem começa realizando um de seus sonhos: vai a um dos bem freqüentados restaurantes da cidade.

Às 3 da tarde, muito assustado, vestindo outra roupa (precária - dava para perceber) o cliente retorna ao escritório e nervosamente desabafa à secretária:

- Fui roubado. Levaram todo meu dinheiro.

O advogado é chamado, manda passar o cliente, a quem pede que se acalme e conte os detalhes.

- Depois que recebi o dinheiro, fui almoçar e, na hora de pagar a conta, tirei todo aquele bolo do bolso e paguei no caixa. Na saída veio uma moça bonita. Disse que achava que me conhecia. Falou que me achava simpático e que ela estava muito carente. E me convidou para ir em um hotel perto, pra gente conversar mais intimamente. 

- E aí? - interessa-se, preocupado, o advogado.

O cliente puxa fôlego:

- Chegamos no quarto, demos uns amassos, eu comecei a ficar suado. A moça pediu que eu tirasse a roupa e de imediato falou para que eu fosse no banheiro tomar uma ducha. Chegou a pedir que eu caprichasse no banho e voltasse bem cheiroso pra ela...

Nesse ponto, o relato é interrompido por choro. O advogado pede que a secretária traga um copo d'água e anima o cliente a prosseguir.

- E daí, o que aconteceu depois? 

- Depois de tomar a ducha, abri a porta do banheiro. Mas no quarto não tinha nem a moça, nem minhas roupas, nem meu dinheiro. Ela levou tudo, até meus sapatos, e me deixou só as meias. Chamei o pessoal do hotel, contei o caso, ficaram com pena de mim e conseguiram estas roupas usadas para que eu voltasse aqui.

O homem pede, então, ao advogado, apenas o dinheiro da passagem para voltar à sua pequena cidade, no entorno da cidade grande. O profissional condoído ainda acompanha o cliente a uma loja de departamentos, onde compra peças de roupa.

O cliente agradece, vai embora, e nunca mais volta. O advogado até hoje tem uma dúvida: o que o homem terá contado para sua esposa?

Fonte: www.espacovital.com.br

FRASES ILUSTRADAS