segunda-feira, 31 de janeiro de 2022

FIM ANTES DA HORA

FIM ANTES DA HORA
Hélio Schwartsman

O vírus vai permanecer entre nós, mas as pessoas irão retomando suas vidas 'normais'

A epidemia é algo que existe em nossas mentes. Não, não aderi ao negacionismo bolsonarista nem ao idealismo radical de Berkeley. Sigo firme em minhas convicções materialistas. Mas, entre os muitos paradoxos relacionados à Covid-19, está uma assimetria entre começo e fim.

Como eu já destacara numa coluna de 2020, embora a epidemia tenha sido deflagrada por uma causa muito concreta, o Sars-CoV-2, seu término é um fenômeno psicológico: o vírus vai permanecer entre nós, mas as pessoas irão retomando suas vidas "normais" à medida que se sintam seguras para tanto.

Já está acontecendo. Nunca o ritmo de contágio foi tão elevado e, não obstante, vivemos um dos períodos de maior relaxamento desde que a epidemia teve início. As pessoas não ensandeceram. Também esse paradoxo se dissolve quando consideramos que a maior parte da população já se imunizou e que as vacinas conferem níveis significativos, ainda que não absolutos, de proteção individual. O risco de morrer ou padecer de um quadro grave que o vacinado corre ao infectar-se é bem menor do que em outras fases da pandemia.

Receio, porém, que as pessoas estejam exagerando no relaxamento. A menor morbimortalidade do presente momento é mais do que compensada pela maior transmissibilidade da ômicron. O resultado é que os hospitais voltam a lotar, e as mortes, a subir. Hoje, nem o mais xiita dos epidemiologistas sugere que retornemos à fase dos lockdowns e do distanciamento social rigoroso. Mas acho que faz parte dos deveres da cidadania que cada um de nós contribua para reduzir o contágio.

A matemática aqui está a nosso favor. Um dos fatores que determinam a taxa de reprodução do vírus, o Rt, é o número de interações que cada um de nós mantém com terceiros. Se a média de pessoas com as quais travamos contato num dia normal é de 10 e baixarmos para 5, o que não parece exigir um esforço hercúleo, já reduzimos o contágio pela metade.

Fonte: Folha de S. Paulo
Perigoso é aquele que não tem nada a perder. (Johann Wolfagang von Goethe, escritor alemão, 1749-1832)

LUGARES

TOURS - FRANÇA
Tours é uma cidade da região central da França, situada no departamento de Indre-et-Loire, do qual serve de capital. Possui 142 000 habitantes. Era chamada de Cesaroduno (em latim: Caesarodunum) durante o período romano. A cidade situa-se às margens dos rios Loire e Cher, perto da confluência desses dois rios, em um local de fácil travessia. Tours é conhecida como o Jardim da França. Também é conhecida por abrigar o túmulo de São Martinho de Tours, assim como por ter sido o palco da Batalha de Poitiers. É a cidade natal do escritor Honoré de Balzac. (Wikipédia)

COMO SERÁ A SUA MULHER NO FUTURO?

Fabrício CarpinejarFabrício Carpinejar

Uma manha para projetar como será a sua mulher no futuro é reparando na sogra, o temperamento, a implicância e como resistiu ao tempo. Mas, às vezes, a sua namorada puxa ao pai e você estará observando o lado errado da família.

Uma tática mais bem-sucedida para firmar a profecia é esperando o primeiro porre de sua companhia. A primeira embriaguez. Quando acontecer, esteja dirigindo e tome unicamente água. Se beber junto, renunciará a confiabilidade da memória.

O aproveitamento é maior do que mapa astral, cartas de tarô, búzios e borra de café árabe.

Uma mulher quando bebe perde as censuras. Fala o que não deve, fala o que sente, assim como é a na velhice. A velhice potencializa a honestidade. Faz sentido. Uma mulher bêbada é uma idosa sóbria. Pois o idoso não espera o melhor momento para derramar a verdade em sua cara, ele cria o momento, impõe a sua opinião. Tanto o velho como a criança são cruéis em sua sinceridade e não tem como controlá-los.

Deste modo, a mulher alcoolizada revela o que será. Não se trata de uma pomba-gira ou de uma nova personalidade se mostrando, é ela mesmo daqui a algumas décadas.

Há vários tipos de embriagadas.

Existe a mulher-encrenca: que abre a pista e grita a cada novo drinque, que arma coreografias impensadas, apresenta uma versão invertida do Lepo Lepo e troca o beijinho no ombro pelo improvável beijinho no umbigo, seduz estranhos e certamente lhe envolverá em uma briga até o final da noite. Nunca estará satisfeita. Vai sugerir uma saída à francesa e ela criará um barraco à brasileira.

Você tentará ajudá-la e ela confidenciará segredos do casal:

- Ele é filhinho da mamãe!

- Ele não aprendeu a amarrar os cadarços!

- Ele ronca!

- Ele é um desastre na cama!

Colocará na roda coisas deste tipo para baixo. Se vir a aparição da mulher-encrenca na alma de sua namorada, cogite seriamente a separação, enquanto é possível se desligar, porque sofrer vicia e talvez nunca se afaste desse terremoto.

Existe também a mulher-sensível. Bebe e chora, bebe e se emociona, bebe e passa a pedir desculpa por tudo aquilo que errou na vida. Como sua voz está incompreensível, perdoa sem entender, como um padre diante dos murmúrios da extrema-unção. A velhice dela não será uma ameaça, mas certamente você nunca terá razão, ela será sempre a vítima de qualquer briga.

Existe ainda a mulher-amiga-de-todo-mundo. Talvez seja a mais estável. Empina os copos e continua aparentemente sóbria. Circula gentil e atenta, apenas aumenta a sua capacidade agregadora na noite. Improvisa piadas, mobiliza os casais entediados, é simpática com os garçons, consegue mesa vip, e não provoca escândalo. Parece que engoliu Ritalina em vez de álcool. Terá uma velhice sábia e generosa, com a experiência amparando as suas escolhas.

Não posso esquecer a imbatível mulher-sarjeta, ela fecha os olhos, balança a cabeça e desaparece para dentro. É um ioiô, é um pião, sacode, pula sem parar, não fala com ninguém e só termina a sessão de exorcismo na privada. Não tem limites. Dificilmente chegará na velhice. Seu exemplo antecipa que será viúvo.

E, por último, a mulher que não bebe, a mais misteriosa e indecifrável. Por via das dúvidas, não deixe de monitorar a sogra.

Fonte: Facebook

FRASES ILUSTRADAS

domingo, 30 de janeiro de 2022

O STF E A BAGUNÇA PARTIDÁRIA

O STF E A BAGUNÇA PARTIDÁRIA
Hélio Schwartsman

Corte definirá em breve os limites em que as federações poderão funcionar

O Brasil tende à autocomplacência. Se há uma forma de abrandar a regra que nos impõe condutas mais austeras, não hesitamos em abraçá-la. Isso fica nítido na versão brasileira da cláusula de barreira, aqui chamada de cláusula de desempenho.

A proliferação de partidos políticos é um problema. Ela aumenta os custos de formação e manutenção de coalizões governamentais. Se sentar-se com cinco ou seis líderes partidários fortes para fechar acordos já não é fácil, vai ficando muito mais difícil à medida que o número de lideranças aumenta. O Brasil tem hoje 24 partidos com presença na Câmara.

Para reduzir essa balbúrdia, muitas democracias adotam cláusulas de barreira, o limiar mínimo de votos que um partido precisa obter para conseguir sua primeira cadeira no Parlamento. Na Europa, o percentual costuma ficar entre 3% e 5%.

Impedir uma legenda de ter representação, mesmo que não tenha votos, parece ser uma medida drástica demais para a autocomplacência brasileira, daí que optamos por uma regra café com leite. O partido que não obtiver 2% dos votos para deputado federal continua com direito a assentos na Câmara, mas perde regalias como o financiamento público. Os mais conciliadores dizem que isso, associado ao fim das coligações em eleições proporcionais (em vigor desde 2020), funciona igual à barreira. Talvez, mas demora mais.

Nossa brandura, porém, não acaba aí. A legislação permite aos partidos ameaçados que formem federações com outras legendas, a fim de conservar as benesses. Seria uma fusão por prazo definido. O STF vai definir em breve os limites em que essas federações podem funcionar. O receio é que, se não forem estritos, as federações operarão como uma versão camuflada das coligações proporcionais, eternizando a fragmentação.

Vamos ver como o STF se comporta agora. Foi o tribunal que, em 2006, derrubou a primeira tentativa de organizar a bagunça partidária.

Fonte: Folha de S. Paulo

O MUNDO ANDA MUITO APRESSADO

O MUNDO ANDA MUITO APRESSADO
Fonte: Eres Mama

Os adultos devem ir devagar e respeitar os nossos filhos

Você já sentiu que vive em um mundo apressado? “Faça as coisas mais rápido, vamos, não vamos para a escola!”, “Você demora muito para se vestir!” e “Por que você é tão lento no que faz?”. Se você costuma dizer esse tipo de frase para seus filhos, com certeza vive com pressa.

Talvez você sinta um pouco de afinidade com essas expressões, pois elas tendem a se repetir muitas vezes. Mas a verdade é que você não para para pensar como as crianças descobrem viver em um mundo cheio de pressa.

Em que se baseia o mundo do “rush” adulto?

As pessoas crescidas geralmente vivem com pressa. As tarefas que têm de cumprir todos os dias, as responsabilidades que assumem e os problemas que enfrentam acabam por fazê-los agir de forma automática. Isso significa que eles têm pressa desde o momento em que se levantam até irem para a cama.

Com o passar dos dias, sentem que não têm tempo para cumprir todas as suas obrigações e que o dia vai passando sem se dar conta disso. Isso os deixa muito frustrados, pois não conseguem realizar tudo o que desejam. No entanto, o grande problema começa quando essas pressas são transferidas para as crianças e se tenta que elas levem uma vida acelerada.

A maioria das crianças vive no presente, pois requer um tempo considerável para desenvolver a miríade de habilidades que adquirem na infância. Eles não entendem o estresse ou pressa.

Sendo sugado pelas demandas que você impõe a eles como pais, eles entram em colapso. Bem, você espera que eles façam as coisas do jeito que você quer e não percebe o fato de que o ritmo de vida deles é muito diferente do seu.

Por que os jovens não deveriam ser apressados?

Você sente que às vezes seus filhos não lhe dão ouvidos quando você lhes pede para fazer algo no momento? Provavelmente, isso aconteceu com você e você se sentiu frustrado.

Quando seu filho não está acompanhando você, é normal que você se sinta desamparado e até se pergunte se ele está fazendo isso de propósito. Mas você deve saber que este não é o caso, porque as crianças nunca farão coisas que incomodam ou atrasam você para suas responsabilidades.

O significado do tempo que eles têm é completamente diferente do seu. Eles vivem no presente, então ainda não consideraram um futuro e não têm idéia de ter vivido no passado. Dessa forma, é muito complexo para eles entender como o dia passa.

Até os seis ou sete anos, quando aprendem a ler, começam a ter noção da passagem das horas e dos meses. Antes dessa idade, o termo ‘tempo’ é muito difícil de conceituar, pois é uma ideia muito abstrata. Portanto, é necessário que você entenda que é muito provável que você muitas vezes exija dos seus filhos certas habilidades que eles ainda não adquiriram.

Resumindo, não adianta pedir ao seu namorado que tenha pressa em colocar a roupa quando ele ainda precisa de ajuda para fazê-lo. Além disso, implore a ele para andar mais rápido quando as pernas dele são mais curtas do que as suas.

É apropriado perguntar a si mesmo se você está fazendo a coisa certa?

Claro que é! É melhor perguntar a si mesmo se você espera que seus filhos façam o que é apropriado para sua idade ou se deseja que eles façam mais do que suas habilidades permitem.

Quando você apressa os jovens, você se desconecta deles, porque deixa de respeitar seus ritmos e não permite que vivam plenamente a infância.

Dessa forma, você não pode esquecer a importância desta questão: você quer que seus filhos respeitem as outras pessoas e os pacientes? Você gostaria que prestassem mais atenção às coisas que fazem? Se as respostas forem sim, a maneira como você age com elas é essencial.

Algumas questão para que você possa ajustar seu mundo cheio de correria e seu ritmo ao de seus filhos

Agora que você sabe de tudo isso, aqui estão algumas chaves que o ajudarão a ajustar o ritmo de vida ao qual conduzem seus filhos:

Conecte-se com seu filho e suas necessidades . Isso o ajuda a compreender melhor o tempo deles e a evitar exigir mais deles do que eles podem fazer.

Evite fazer coisas para o seu filho ganhar velocidade. Quando você mesmo veste ou embala porque acha que é mais rápido, você tira sua autonomia e as tarefas que ela deve cumprir para se preparar para o futuro.

Ajude-o e mostre-lhe como realizar as atividades. Claro, com muito amor, paciência e respeito. Reconheça com ele que sua ajuda é muito valiosa e peça sua colaboração para realizar as tarefas com mais rapidez.

Seja mais paciente e reduza a carga mental . Isso faz com que as atitudes que eles tenham sejam positivas, enquanto você se sente mais calmo e sem tanto estresse.

Você já sabe o quanto é importante deixar de viver em um mundo de pressa, pois isso tem consequências nas atitudes de seus filhos. 

Procure levar as coisas com mais calma e entenda que eles não vivem no seu ritmo. 

Lembre-se de que fazer as coisas com pressa leva ao estresse e nada de bom vem disso. 

A parentalidade consciente , responsável e equilibrada é o melhor caminho.

Fonte: https://www.revistapazes.com

A política é um ato de equilíbrio entre aqueles que querem entrar e aqueles que não querem sair. (Jacques-Bènigne Bossuet, escritor frances, 1627-1704)

LUGARES

CASCAIS - PORTUGAL

Cascais é uma estância balnear em Portugal, imediatamente a oeste de Lisboa. É conhecida pelas suas praias de areia e pela marina movimentada. O centro histórico alberga a Fortaleza da Nossa Senhora da Luz medieval e o Palácio da Cidadela, um antigo retiro real.  ― Google


MY DREAM

THE PLATTERS

FRASES ILUSTRADAS

sábado, 29 de janeiro de 2022

AQUELE TIPO DE AMIZADE QUE MORRE DE CAUSAS NATURAIS

AQUELE TIPO DE AMIZADE QUE MORRE DE CAUSAS NATURAIS
Por Eberth Vêncio

Diz o ditado que tudo nessa vida tem um lado bom e um lado ruim. Faz sentido. É possível. Até mesmo, no caso da morte, a depender das circunstâncias, pode ser que se vislumbre uma virtude, como dar números finais ao sofrimento exaustivo e prolongado de alguém que padece por conta de uma doença grave, incurável, terminal. Morrer é bom, mas, a gente nunca se acostuma.

Já faz mais de dois anos que a humanidade sofre com a pandemia. Bem feito para o ser humano? Penso que a peste seja um sinal. Nada de sobrenatural, entendam. A divindade não tem nada a ver com a miséria humana, a não ser, pelo fato de ter criado o homem à sua imagem e semelhança. Acho que Deus cometeu uma lambança, mas, isso é matéria para um outro dia. O sinal a que me refiro seria uma comprovação cabal de que estamos ferrando o planeta e a nós mesmos, ao levarmos um estilo de vida consumista, perdulário, inconsequente e claramente insustentável em termos ecológicos. A começar pelo lixo que produzimos no cotidiano. Para onde vai o látex da camisinha? E barbeador descartável? E a boneca inflável, meu amor?

A vida é tragédia e é piada. Pensando na aparente dicotomia dos fatos, fiquei a matutar que um lado bom da pandemia é restar comprovado que, sem ciência, não há presente, quem dirá, futuro; que ser rico não exime o bacana de ser dizimado por pragas microbianas invisíveis; e que as confraternizações natalinas não são sempre indispensáveis e tão fraternas quanto se imagina. Aliás, os natais dos últimos dois anos foram dos mais pacíficos. Faltou quórum para quebrar-o-pau por causa de insignificâncias e de rixas antigas ruminadas ad aeternum. Eu muito me envergonho, mas, tenho que lhes contar mais esta: certo dezembro, discutimos feio, eu e a minha irmã beata, por causa da posse de um piano velho, sem cauda e desafinado que ninguém sabia tocar. O problema não estava no piano. Nem no Menino Jesus, que acabara de comemorar mais um aniversário. O problema estava na gente. De novo mesmo, só a constatação de que a maior parte das pessoas não está compreendendo nada sobre o que essa peste está a ensinar.

Desde 2018, quando fomos contaminados por outro tipo de praga, desta feita, o fanatismo político da extrema direita radical, acabei por me afastar de pessoas com quem convivia regularmente. É obvio que me cancelaram também. A intolerância não escolhe lado. Com o acirramento do debate político nas redes, com muita gente dando voadeira no bom senso, o resultado não poderia ter sido outro senão discussões, brigas, atritos e muito aborrecimento. Mesmo aprisionado dentro das bolhas geradas pelos malditos algoritmos do Mark Zuckerberg, suponho que quase todas as pessoas minimamente conectadas passaram pelo mesmo fenômeno, pelo vale-tudo da verborragia bárbara e intolerância explícita. Até a happy hour foi afetada. Não consigo mais, por exemplo, tomar chope com quem defende tortura como política de estado e o armamento da sociedade até os dentes.

Ficamos viciados em tretas e em conectividade. Um escândalo. Participante deste cenário de delírio insólito, acabei desistindo de conversar e de conviver com determinadas pessoas que, até então, julgava que fossem amistosas. Elas até eram amigáveis, mas, de repente, despirocaram. Sofri alguns revezes. Passei por alguns perrengues morais. Vivi um episódio marcante, quando fui agredido com palavras terríveis, jamais ouvidas no tête-à-tête, não por um estranho, não por um daqueles famigerados robôs do escritório do ódio que funcionam nas sombras, mas, por um “amigo de longa data”. Pensei que a timeline tinha sido invadida por um hacker, mas, era ele mesmo escrevendo com raiva, como se o passado não existisse.

Nada como aproveitar o isolamento social ouvir boa música, ler uns livros, checar os extratos bancários, tocar uma punheta, acalmar os nervos e meditar a respeito da vida e de como as pessoas andam se rasgando. As relações humanas são por demais complexas, todo mundo já sabe disso. Engolimos sapos, mutuamente, numa antropofagia indigesta. Suportamos gente insuportável. Por interesse. Por misericórdia. Por covardia. Porque pertencem à família e família não se escolhe. Alguns princípios, entretanto, são para mim inegociáveis, de terminar amizade, se for o caso: a ciência, a democracia, a liberdade de expressão e a liberdade de ir-e-vir. Não tem sido tarefa fácil administrar a convivência com colegas, amigos e parentes cujas visões de mundo sejam tão antagônicas à minha.

Já compreendi que a vida é mesmo feita de momentos, de experiências e do cuidadoso exercício das relações interpessoais. A vivência é o legado que resta na memória e aquilo que, em última instância, vai fazer com que os sobreviventes pensem na gente de uma forma mais suave e mais delicada, depois que esticamos as canelas dentro de um caixote. Se bem que, passados cem anos — se muito — ninguém mais vai se lembrar que a gente sequer existiu, a não ser que tenhamos contribuído com a história por meio dalgum feito crucial para a humanidade, como descobrir a penicilina ou a pólvora.

Eu fico com a turma da penicilina. A vida é feita de escolhas. E de frases repetidas que caem sempre nos lugares comuns. Sou um homem simples, comuníssimo, podem acreditar. De especial mesmo, só a verdade. E ela nos libertará. Inclusive, daquele tipo de amizade que não soma e que vai morrendo, morrendo, morrendo aos poucos de causas naturais.


Fonte: https://www.revistabula.com
Cada fracasso ensina ao homem algo que ele precisava aprender. (Charles Dickens, escritor inglês, 1812-1870)

LUGARES

TIGRE - ARGENTINA
(Estação Fluvial Internacional Tigre)
Tigre é uma cidade argentina imediatamente a norte da cidade de Buenos Aires. É uma porta de entrada para os rios e as zonas úmidas do vasto delta do Paraná. O antigo porto de fruta da cidade, o Puerto de Frutos, é agora um movimentado mercado de artesanato. Nas proximidades, o Museo del Mate traça a história da bebida tipo chá tradicional argentina e conta com um bar de mate. Os clubes de remo e os restaurantes preenchem o Paseo Victorica, uma esplanada junto ao rio. ― Google

VIVER DA INTERNET

VIVER DA INTERNET
* Por Jennifer de Paula

Quem sonha em viver da internet precisa acordar urgente; já existem mais youtubers do que psicólogos

As mídias sociais trouxeram uma verdadeira transformação para o dia a dia das pessoas no mundo inteiro. De repente, as celebridades não são somente músicos ou artistas de cinema, são pessoas comuns, que por alguma razão se destacaram no mundo virtual e angariaram milhões de seguidores.

Em uma realidade não tão distante, ter somente seguidores não era tão relevante quanto é hoje. Atualmente, um perfil bem engajado e em crescimento, representa a possibilidade de ganhar muito dinheiro com um clique. Esse glamour em torno da vida dos influenciadores digitais, enche os olhos da nova geração. De acordo com a revista Trip, nos Estados Unidos já existem mais youtubers do que psicólogos e dentistas.

Porém, a versatilidade da internet e a dimensão que os ganhos advindos dela proporcionam escondem uma realidade frustrante para os jovens sonhadores. “O mercado não pode absorver mais produtores de conteúdo. Há uma vida real acontecendo. Há pessoas com ansiedade e depressão. Por trás dos bastidores, longe dos holofotes há seres humanos se fragmentando”, explica a psicóloga Leninha Wagner.

De acordo com ela, psicólogos e psicanalistas nunca trabalharam tanto. A quantidade de jovens querendo trabalhar com internet é tão grande, que os profissionais da saúde mental estão precisando desenvolver técnicas para trazer os jovens de volta à realidade do trabalho convencional. “Com uma porcentagem de retorno tão baixa, é difícil acreditar que profissões tão importantes para a sociedade estão se tornando “extintas” por conta de uma minoria que faz os jovens acreditarem que é fácil e divertido trabalhar apenas utilizando a tela de um celular”, opina Jennifer de Paula, BBA e especialista em Marketing Digital.

Para ela, o que acontecerá com os sonhadores do mundo digital é o que já aconteceu com quem sonhava em viver de música. “Hoje em dia os músicos estudam cada vez mais e estão se tornando profissionais completos. Aprendem diversas línguas, instrumentos, gestão, composição, entre outras funções necessárias para um profissional de sucesso”, afirma a especialista em marketing. As métricas de vaidade podem ser importantes aliadas na avaliação vocacional de quem sonha em ser influencer.

Jennifer de Paula defende ainda que deve ser realizado um teste vocacional para identificar as habilidades particulares de cada pessoa. “Os testes consideram o perfil psicológico, a personalidade, o histórico acadêmico, as preferências, as habilidades naturais e os objetivos pessoais do estudante na sua análise”, detalha a psicóloga Leninha. Para Jennifer de Paula, é importante ter amplo conhecimento em ferramentas digitais, administração de carreiras, marketing, línguas e qualquer outro de utilização da internet. “Muito se engana quem acredita não precisar de muito conhecimento para ser um influencer de sucesso”, ressalta.

* Diretora de marketing e gestão da MF Press Global,
uma agência de comunicação internacional.
Responsável por gestão de mídias sociais, carreira, posicionamento de marca,
comunicação integrada e construção de autoridade no mercado de profissionais
que somam milhões de seguidores nas redes sociais

Fonte: https://fernandoalbrecht.blog.br

FRASES ILUSTRADAS

sexta-feira, 28 de janeiro de 2022

UM TESOURO DE VOTOS

UM TESOURO DE VOTOS
Carlos Brickmann

O bispo Edir Macedo, comandante supremo da Igreja Universal do Reino de Deus, informou a seus fiéis, no domingo, que não é possível ser cristão e esquerdista. Mas nada de criticar o bispo por ter sido aliado dos presidentes Lula e Dilma (que até, como o atual, lhe deram passaporte diplomático): seu lado político, como água morro abaixo, o leva a estar próximo do governo. O Republicanos, partido do bispo, é uma estrela do Centrão. Com os aliados PP e PL, detém 32 bons cargos no Governo Federal (bons cargos são os que têm verbas e nomeações à vontade) e ajuda a controlar R$ 150 bilhões, mais que o orçamento da Defesa, mais que o orçamento da Educação. O bispo é o chefão do Republicanos, como Ciro Nogueira é o do PP e Valdemar Costa Neto do PL; mas os três sabem que seus seguidores abandonarão o navio na mesma hora se descobrirem que outros barcos estão mais bem abastecidos.

Imagine que o PT vença em outubro. Em janeiro, por ocasião da posse, o Centrão inteiro estará jurando que Lula, Dirceu, Tasso Genro, Rui Falcão e outros são adeptos do novo capitalismo, com liberdade empresarial, rigor fiscal, distribuição de renda que aumente o mercado interno e promova um forte desenvolvimento econômico. Continuarão seguindo a Oração de São Francisco (“é dando que se recebe”) e o caminho da salvação (“fora do poder não há salvação”). Não fariam oposição nem a Moro: proclamarão que, com ele, combaterão duramente a corrupção. Mas combaterão à sombra.

Fonte: www.chumbogordo.com.br/
A timidez é uma condição alheia ao coração, uma categoria, uma dimensão que desemboca na solidão. (Pablo Neruda, poeta chileno, 1904-1973)

LUGARES

BALNEÁRIO PIÇARRAS - SC

FLAMBOYANT
Embora esteja ameaçada de extinção no estado selvagem, é muito cultivada pelo seu valor ornamental. Adaptou-se muito bem em toda a América tropical, sendo muito popularizada nas ilhas do Caribe. No Brasil, é usada na arborização de ruas e praças. Apesar de ser muito ornamental devido às suas belíssimas flores, seu uso na arborização urbana fica recomendado apenas a parques e grandes espaços, devido à sua altura média de 7 a 10 metros e a suas raízes muito superficiais e danosas, que destroem as calçadas ao seu redor. (Wikipédia)

MR. MILES


NUNCA SÓ
Mr. Miles, tenho a impressão de que, por trás desse humor aparente, o senhor deve ser um homem muito solitário, que viaja sem parar porque não tem nada nem ninguém que o prenda em um lugar para chamar de lar. O senhor conhece o significado da palavra saudade?
Carlos Henrique Tonelli, por email

Well, my friend, sua opinião a meu respeito não é exatamente lisonjeira, mas suponho que existam outros leitores que dela compartilham. E é muito justo que assim seja, I must say, porque, para um olhar objetivo, sou, de fato, apenas um súdito da Grã-Bretanha que viaja sozinho com um frequência acima do comum.

Permita-me, entretanto, discorrer um pouco mais sobre esse tema. Para um olhar objetivo, my friend, a Esfinge de Gizé é apenas o corpo de um felino sustentando um rosto humano que, não bastasse a incoerência, ainda por cima tem um nariz dilacerado; a Torre Eiffel não é nada além de uma pontiaguda estrutura de aço que, possivelmente para evitar taxas municipais, não teve acabamento e nem solicitou o “Habite-se”; livros são papéis com tinta e a Lua, um satélite da Terra. 

Não há nada errado com a objetividade, of course, mas ouso dizer que ela é apenas parte de um olhar. Don’t you agree? 

Não, my dear Charles, não sou um homem solitário. Sinto-me sozinho sometimes, como não? Meu fornecedor de açafrão e grande amigo, Ahmed Abdul, que tem quatro esposas, três sogras e 14 filhos também chega a sentir-se assim. And he has four homes!

De forma geral, porém, a atividade de viajante vem me rendendo, ao longo dos anos, uma sensação exatamente oposta a que você descreve. Tenho pessoas queridas em inúmeros lugares do mundo. Sou chamado de padrinho em quatro dezenas de idiomas diferentes. Há drinques e pratos com o meu nome — homenagem de generosos amigos — em bares e restaurantes de lugares como hotéis de luxo e áreas de meretrício. E, of course, há cidadãos que não gostam de minha companhia em todos esses lugares as well. Exatamente como em uma familia, you see? 

Foi minha opção transformar o mundo em um lar e o único desconforto dessa escolha é a última palavra de sua pergunta. Não, my friend, não conheço o significado da palavra saudade. Mas vivo com ela e por isso nunca estou sozinho.

Fonte: Facebook

FRASES ILUSTRADAS

quinta-feira, 27 de janeiro de 2022

ROSSINI, SANCHEZ E MORGAN

ROSSINI, SANCHEZ E MORGAN
José Horta Manzano


O que é que o compositor italiano Gioachino Rossini, a bela atriz francesa Michèle Morgan e o atual primeiro-ministro espanhol Pedro Sánchez têm em comum? Nasceram todos num 29 de fevereiro, um dia peculiar.

Pessoalmente, não conheço ninguém nascido nessa data, um dia curioso, que só aparece no calendário a cada quatro anos. Dizem que, para a criança, pode ser um bocado perturbador. Na primeira infância, é tranquilo, visto que a mãe é quem decide o dia da festinha. Em anos não-bissextos, quando não há o dia 29, tanto pode escolher o 28 de fevereiro como o 1° de março.

É na adolescência que os problemas podem aparecer. Amigos e amigas têm um dia de aniversário todos os anos, enquanto o pobre nativo de um 29 de fevereiro não tem. Festa, pode até haver, mas não terá o mesmo sabor. Comemorar em outro dia deixa a impressão de estar invadindo território alheio.

Mais à frente, quando vem chegando a maioridade, o problema fica mais agudo. Sabe-se que quem é de 29 de fevereiro nasceu num ano bissexto. Dado que 18 não é múltiplo de 4, a maioridade chegará forçosamente num ano não-bissexto. Então, como é que fica? Na falta do dia 29, o indivíduo atinge a maioridade no dia 28 de fevereiro ou no 1° de março?

Isso tem implicações legais como a autorização para dirigir ou para frequentar locais proibidos para menores. Há situações piores. Suponhamos que, por desgraça, o sujeito se envolva numa situação dramática, em que possa até ser acusado de algum crime. Suponhamos ainda que isso ocorra justamente na noite de 28 de fevereiro para 1° de março. Como é que fica? Ele será tratado como menor ou como maior de idade?

Ok, entendo que o exemplo é bem forçado e que representa uma possibilidade em um milhão de ocorrer. Assim mesmo, a lei tem de prever todas as exceções possíveis.

Desconheço se a lei brasileira já se debruçou sobre o problema. Alguns poucos países já legislaram. No Reino Unido e em Hong Kong, determinou-se que a maioridade ocorrerá no dia 1° de março. Na Nova Zelândia, será no dia anterior, 28 de fevereiro.

Nos EUA, a prática generalizada – num raciocínio que me parece sensato – é a seguinte. Um ano completo tem 365 dias. Quem nasceu num 29 de fevereiro só completará o giro do calendário no dia 1° de março. (Em 28 de fevereiro, só terá vivido 364 dias desde o último aniversário, portanto, não completou o ano.)

Assim sendo, considera-se que os nascidos em 29 de fevereiro ainda têm 17 anos até a meia-noite do dia 28. Só completarão seus primeiros 18 anos de vida à zero hora de 1° de março do correspondente ano.

O distinto leitor conhece alguém de 29 de fevereiro? Então lembre-se que, mesmo que pareça esquisito, o mais lógico é dar-lhe os parabéns no 1° de março.

Fonte: brasildelonge.com
A guerra é a forma de Deus ensinar geografia aos americanos. (Ambrose Pierce)

LUGARES

SKRADIM - CROÁCIA
Skradin é uma pequena cidade no condado de Šibenik-Knin, na Croácia, com uma população de 3.825 habitantes. Está localizado perto do rio Krka e na entrada do Parque Nacional Krka, a 17 km de Šibenik e a 100 km de Split.

NÃO TROPECE NA LÍNGUA

E COM VÍRGULA – SIM OU NÃO (2)

--- Gostaria de saber se há uma regra sobre colocar vírgula antes da conjunção e. Já vi casos como: Nossa empresa vai ser lançada no ano que vem, e deve atingir todas as metas. Esta vírgula não é desnecessária? Luís Cláudio, Rio de Janeiro/RJ
Luís Cláudio apresenta uma frase em que a conjunção E liga ou coordena duas orações com o mesmo sujeito. Como vimos no número anterior, quando se trata de soma ou enumeração, basta usar a conjunção E entre os dois elementos coordenados, sem a vírgula. A construção correta, portanto, é esta: “Nossa empresa vai ser lançada ano que vem e (nossa empresa) deve atingir suas metas”.
1. Às vezes, porém, vamos encontrar uma vírgula antes do que introduz uma oração com o mesmo sujeito da oração anterior. Este uso se justifica por estilo, pela necessidade que sente o autor de fazer uma pausa por ênfase:
  • Cometemos equívocos com nós mesmos, e jogamos fora boa parte de nossa energia vital com coisas que não valem a pena.
  • Nosso nascimento como nação não resultou de guerra ou revolução; foi antes uma transição natural da condição de colônia para a autodeterminação, e já estava implícita quando D. João VI instou seu filho a consumá-la antes que um aventureiro o fizesse. 
  • Comecei a fazer uma prece para os soldados judeus que estavam sendo mortos naquele momento, e também para os soldados egípcios.
2. Quando duas orações interligadas por e têm sujeitos diferentes, a vírgula é comumente usada junto com a conjunção no intuito de prevenir o leitor contra ambiguidades; e deve realmente ser usada quando a primeira oração acaba com substantivo e o sujeito a seguir é também um substantivo, pois aí é que a leitura pode ficar truncada.

Vamos perceber esse problema na frase abaixo. A vírgula antes da conjunção e permitirá saber de pronto que a partir dela começa uma nova afirmação com diferente sujeito:
  • 1.a Velhos processos sociais e econômicos perduram com novos significados e novas práticas e valores no nível macro e micro reconfiguram relações entre nações e entre indivíduos.
  • 1.b Velhos processos sociais e econômicos perduram com novos significados e novas práticas, e valores no nível macro e micro reconfiguram relações entre nações e entre indivíduos.
Outros exemplos:
  • 2. Mas as Ciências Sociais acompanharam de perto todas essas mudanças, e a produção de conhecimento foi extraordinária.
  • 3. A mudança se exprime através de tensões graves, e destruições de toda ordem a acompanham.
Não havendo problemas de ambiguidade, a vírgula pode ser deixada de lado, o que acontece muito na linguagem jornalística:
  • 4. Acredito que sanções econômicas severas funcionariam (,) e com essas medidas ganharíamos uma maior cooperação dos europeus.
  • 5. O simulacro de uma máquina de lavar tornou-se o conceito de felicidade (,) e o apresentador da mercadoria tornou-se o filósofo, o artista.
  • 6. No decorrer do tempo continuaram as apresentações teatrais de grupos profissionais e amadores (,) e a casa também era cedida para funções comemorativas.
Em conclusão: como sempre, deve prevalecer o bom senso.

Fonte: www.linguabrasil.com.br

FRASES ILUSTRADAS

quarta-feira, 26 de janeiro de 2022

A IMPUNIDADE É O PROBLEMA

A IMPUNIDADE É O PROBLEMA
Pedro Hallal

Ministério da Saúde publicou documento oficial com mentiras sobre cloroquina e vacinas porque sabe que ninguém será preso

A coluna de hoje utiliza, apenas a título de exemplo, um fato ocorrido nos últimos dias: o Ministério da Saúde publicou um documento oficial afirmando que há evidências científicas em favor da cloroquina contra Covid-19 e que não há evidências científicas em favor da vacina contra Covid-19. Ressalto que o caso serve apenas como exemplo, porque no meio científico, não há qualquer dúvida que são duas mentiras. Por essa razão, não vou gastar espaço da coluna repetindo para os leitores que cloroquina não ajuda em nada contra Covid-19 e que a vacina já salvou milhões de vida ao redor do mundo.

A coluna de hoje é sobre as razões pelas quais essas mentiras foram incluídas no documento.

Rios de dinheiro público foram usados para produzir cloroquina. Isso mesmo: os impostos que foram recolhidos como resultado do seu suor, do meu suor, foram usados para produzir um medicamento que não serve para nada no combate ao coronavírus. Se esse mesmo dinheiro tivesse sido usado para distribuir máscaras para a população carente, para comprar testes e criar uma política decente de testagem, ou para pagar mais aos profissionais de saúde que estão na linha de frente, alguns dos seus familiares e amigos que perderam a vida para a Covid-19 ainda estariam aqui conosco.

O presidente é o grande líder do movimento anti-vacina no Brasil, desde os primeiros meses da pandemia. Foi o presidente que chamou as vacinas de experimentais, discriminou a vacina produzida pela Butantan, insinuou que os vacinados poderiam virar jacarés, atrasou a compra de vacinas e agora posicionou-se contra a vacinação de crianças.

Em ambos os casos, o governo federal escolheu o lado errado e perdeu. Com poucos meses de pandemia, os estudos experimentais já confirmaram que a cloroquina não serve para nada no tratamento da Covid-19. A seguir, centenas de estudos confirmaram que as vacinas, desenvolvidas em tempo recorde, reduzem infecções, hospitalizações e mortes.

Ainda havia uma saída menos vexatória para o governo. Nunca mais falar em cloroquina e se aproveitar da cultura vacinal do país para tentar assumir parte dos méritos pelo sucesso da campanha de vacinação.

Mas o governo resolveu dobrar a aposta, seguir mentindo sobre cloroquina e seguir contrário à vacinação.

Isso só acontece pela certeza da impunidade.

Em qualquer país sério, o documento oficial publicado pelo Ministério da Saúde na semana passada geraria pelo menos uma dezena de demissões e, depois de uma investigação, algumas prisões.

É pela certeza de que nada disso vai acontecer que o Ministério da Saúde tem a coragem de publicar aquela tabela.

É pela certeza de que nós, brasileiros e brasileiras pagadores de impostos, já estamos tão acostumados com corrupção e crimes cometidos diariamente por nossos representantes, que não colocaremos a pressão necessária para que as instituições façam a sua parte.

É pela certeza de que as instituições, ou estão corrompidas, ou estão cansadas de investigarem os crimes e serem desmoralizadas por decisões políticas posteriores.

Enquanto o Brasil não colocar na cadeia os responsáveis pelos experimentos macabros com medicamentos descobertos na CPI da Covid-19...

Enquanto o Brasil não colocar na cadeia os empresários e políticos que negociaram propina na compra de vacinas e modificaram a legislação para viabilizar a corrupção...

Enquanto o Brasil não colocar na cadeia quem, ao negar à ciência, é responsável por milhares de mortes por Covid-19...

Seguiremos vendo bizarrices como o tal documento do Ministério da Saúde.

A impunidade gera uma sensação de invencibilidade nos criminosos.

Fonte: Folha de S. Paulo
Tenha cuidado com a tristeza. É um vício. (Gustave Flaubert)

LUGARES

VATICANO
A Cidade do Vaticano, uma cidade-estado cercada por Roma, Itália, é a sede da Igreja Católica Romana. Ela é a residência do Papa e está repleta de tesouros da arte e da arquitetura. Os Museus Vaticanos abrigam antigas esculturas romanas, como o conhecido "Grupo de Laocoonte", além de afrescos renascentistas nas Estâncias de Rafael e na Capela Sistina, famosa pelo teto de Michelangelo. ― Google

À VIDA HOJE, SÓ POSSO DIZER: OBRIGADO

À VIDA HOJE, SÓ POSSO DIZER: OBRIGADO
por Sara Espejo / Rincón del Tibet

Hoje não vamos nos dedicar a pedir, não vamos nos referir às nossas angustias, nossos pesares, rupturas, separações ou qualquer tristeza, vamos simplesmente refletir sobre tantas coisas maravilhosas pelas quais devemos agradecer à vida, pelo cantar de um pássaro, pela chuva que refresca, pelo amor de uma criança, pela tranquilidade do silêncio, pelo sol infinito, por quem chega e quem sai … obrigado …

Não é necessário que você possua grandes bens, que seja uma pessoa famosa, que esteja muito bem no nível social ou que simplesmente não tenha nenhuma preocupação, sabemos que isso é praticamente impossível e ainda mais, para poder tê-los tudo isso junto, cada pessoa, independentemente de qual seja seu status na vida, sempre tem um motivo que lhe preocupa, nunca temos soluções para todas as situações, nem tenhamos todo o dinheiro ou toda a tranquilidade que achamos que podemos ter.

Portanto, diante das adversidades, é sempre melhor manter a integridade, manter nossas próprias forças como seres humanos e saber que brilhamos com nossa própria luz, sempre temos algo a agradecer, a cada madrugada, a cada novo alento, a cada manhã, a cada ser amado que faz parte de de nossa vida, cada pessoa que nos deixa uma lição, cada parceiro que passa por nós, nossos filhos, nossos chefes, nossos colegas de trabalho, devemos agradecer a cada momento poderoso de nossa existência, mesmo que na maioria dos casos não o façamos. Vamos entender por que as coisas acontecem; certamente, com o tempo, vamos entendê-lo e seremos capazes de reconhecer onde está a gratidão.

E não há momento preciso e específico para agradecer, devemos agradecer todos os dias apenas abrindo os olhos, pelo fato de nunca termos sido negados o direito de existir, porque estamos aqui e temos a oportunidade de experimentar a vida, para ser co-criadores de tudo o que existe neste planeta e temos a oportunidade de aprender após cada experiência vivida.

Transforme esse momento em seu momento de gratidão, pelo que o rodeia, pelos que estão ao seu redor, se acontecer para o bem ou para o mal, faça o que quiser, tire o bem do mal e menos do mal, seja grato por ter e ter a oportunidade e a liberdade de amar, agradeça a quem não estar mais e a quem chega, todas as manhãs, cada suspiro que entra em sua vida, a cada momento temos motivos para agradecer, apenas o suficiente para nos prestarmos a ouvir conscientemente o que a natureza diz, a energia que nos toca e nos rodeia.

Descubra a sua vida, reconheça o que acontece, apenas você tem o poder de permitir que isso ou aquilo o invada, aprenda a dizer não a tudo o que danifique seu espaço e receba harmonia e gratidão em sua vida, agora é seu momento … agradeça por existir.

https://www.pensarcontemporaneo.com

FRASES ILUSTRADAS

terça-feira, 25 de janeiro de 2022

O MARKETING É UM RETROCESSO

Charge de Pavel Constantin
(Arquivo Google)
O MARKETING É UM RETROCESSO
Luiz Felipe Pondé
Folha

O marketing é um retrocesso e trata o consumidor como se fosse um retardado mental

Se uma propaganda vende pra você um carro e faz você sentir que, comprando este carro, pode ir a uma cachoeira de difícil acesso —no caso de um carro ter tração nas quatro rodas—, ela não está mentindo. Mas se um comercial de banking diz que se você abrir uma conta no banco X, você será o tipo de jovem que deixará “sua marca no mundo”, ele está mentindo.

Qual a diferença entre um comercial e outro? Por que um deles mente e o outro não? A diferença está no alcance da promessa. Alcançar cachoeiras difíceis é algo de pequeno impacto na percepção que alguém tem de si mesmo, da sua vida, da sua personalidade e das suas expectativas.

SEM DEIXAR MARCA – Quando dizemos a um jovem que ele, comprando um produto X, deixará uma marca no mundo, estamos mentindo sobre seu futuro: quase zero por cento da humanidade deixa alguma marca no mundo —algumas delas péssimas—, ao passo que embutir essa expectativa como estilo de vida tem um custo altíssimo em termos do cotidiano que alguém vive.

Parte da pré-história e da história da nossa espécie foi gasta num esforço descomunal para fazermos a diferença entre realidade e fantasia, por motivos, principalmente, de sobrevivência. Mas essa questão da sobrevivência nos escapa da consciência hoje.

Por exemplo, nossos ancestrais, idênticos a nós, passaram quase o tempo todo de suas vidas com fome e hoje as maiores frescuras do mundo se relacionam a comida. Só a fartura sustenta a frescura com alimentação.

SUPER-HERÓIS – Quando o mundo faz a guinada que está fazendo, e o marketing assume a liderança das narrativas, assumimos que existem em nós super-heróis, mitos, deuses e deusas, demônios e efeitos sobrenaturais, o que, evidentemente, não existe. Brincamos com danos psicológicos e sociais empacotados ​pra presente.

O marketing é um retrocesso cognitivo na evolução da espécie. O Homo sapiens sem uma cognição aguçada é como um pássaro com a asa quebrada.

No momento em que o marketing se fez disciplina existencial, passando a vender estilos de vida, identidades sexuais e outras, valores morais, projetos políticos —aqui a mentira é facilmente detectada para quem tem olhos pra ver— e significados para a vida, ele passou a se constituir numa percepção de realidade de alto risco, estragando a capacidade de fazermos a diferença entre fato e ficção. É como se o mundo fosse um eterno Carnaval em que a Quarta-Feira de Cinzas nunca chega.

TUDO POR DINHEIRO – O capitalismo avançado apenas quer vender. Tendo saturado as sociedades ricas de produtos materiais, ele passa a vender produtos imateriais, e, com esse passo, ele opera uma ruptura metafísica, digamos, em que optamos por viver num mundo em que nós mesmos somos mera ficção — a melhor ficção possível, claro, mas nem por isso, menos irreal.

Todas as realidades psíquicas passam pelo crivo da fantasia e saem do outro lado como a “melhor versão de mim mesmo”. Mentira. Posso me reinventar. Mentira. Deixarei minha marca no mundo. Mentira. A prosperidade é uma questão de assertividade. Mentira: a esmagadora maioria foi, é e continuará sendo pobre.

VOCÊ É BANAL – A maior chance é que você envelhecerá só e que terá tido uma vida absolutamente irrelevante, se a sociologia estiver certa. O arquétipo da mentira aqui é que você seja uma pessoa diferente, especial, única. Mentira. Você é apenas banal. Esse arquétipo tem a parceria dos pais, que são os primeiros a comprar o marketing de “deixar uma marca no mundo”.

Muitos profissionais da área não têm a mínima ideia de tudo isso porque a formação é muito fraca. Munidos de teorias psicológicas miseravelmente comportamentais, reforçam apenas os mecanismos fantasiosos na relação com a realidade e com nós mesmos. Com a entrada do digital, o processo eleva sua agressividade mitológica ao nível da vida privada como mercadoria e do sujeito como commodity.

Por outro lado, o marketing poderia ser de fato “disruptivo” e elevar o nível da reflexão, como alguns profissionais têm tentado, e parar de mentir. Muitos adultos estão ávidos por pessoas que mintam menos para eles. Estão cansados de serem tratados como retardados mentais.

Fonte: Tribuna da Internet
Não vemos as coisas como elas são, mas como nós somos. (Anaïs Nin)

LUGARES

INNSBRUCK - ÁUSTRIA
Innsbruck, capital do estado do Tirol, no oeste da Áustria, é uma cidade nos Alpes e tradicional destino para a prática de esportes de inverno. Innsbruck também é conhecida por sua arquitetura imperial e moderna. 

ROMANCE FORENSE

Charge de Gerson Kauer
O difícil estacionamento nas proximidades do foro

No curso de preparação para ingresso à magistratura, alguns participantes se queixam que está difícil de deixar os veículos nas cercanias e que os estacionamentos próximos estão cobrando muito caro.

O professor trata de consolar seus alunos e conta-lhes uma história.

É dezembro, o movimento no novo foro é crescente.

O advogado está atrasado para uma importante audiência em causa que lhe dará um bom dinheiro. Mas não encontra lugar para estacionar - até mesmo porque o TJ só facilita a vida de magistrados, promotores e servidores.

O profissional da Advocacia levanta as mãos para o céu, fecha os olhos e ora:

- Senhor, arruma-me uma vaga para estacionar e prometo que irei à missa todos os domingos. Embora solteiro, restringirei meus contatos com a mulherada, vou diminuir os chopes, escreverei petições mais curtas e - como sempre fui - vou ser honesto com os meus clientes. Além disso, terminarei a amizade colorida que tenho com a minha secretária.

Nesse instante, milagrosamente, aparece um lugar para estacionar bem à porta do foro.

O advogado estaciona, olha para o céu e diz:

- Não precisa se preocupar, Senhor! Achei uma vaga!

Fonte: www.espacovital.com.br

FRASES ILUSTRADAS

segunda-feira, 24 de janeiro de 2022

TURBILHÃO DE INFORMAÇÕES

TURBILHÃO DE INFORMAÇÕES

Mergulhados em turbilhão de informações, estamos nos tornando cada vez mais burros

Você chega em casa e liga a tevê. Enquanto seu programa está no intervalo, vai navegando aleatoriamente pela internet do laptop e clica em um vídeo. Enquanto ele carrega, você atualiza o Instagram e assiste a alguns stories, mas logo é distraído por uma mensagem urgente no Whatsapp. Antes que termine de respondê-la, chega um e-mail do seu chefe (aquele puto trabalha até as 22h!). De repente, o programa da TV acaba e você sequer sabe sobre o que ele falou, as mensagens do Whatsapp já estão quase na casa das centenas, 102 pessoas já postaram novos stories e isso tudo enquanto você respondia, com a testa molhada de suor, ao e-mail do chefe.

Com as devidas adaptações, raramente alguém não passou por algo similar. Estamos afogados em possibilidades: as portas e janelas já não são mais suficientes, é preciso penetrar as entranhas e os poros da informação e dividi-la com a plateia, ainda que sua colaboração se restrinja ao mais inútil prato de miojo.

A Era Digital traz consigo uma série de deslumbres. Conceitos modernos, como Aldeia Global e democratização da informação, dão o frágil sentimento de que estamos evoluindo. Mas a popularização de dados vai muito além de seu acesso e faz emergirem conceitos preocupantes, como a tal da pós-verdade, eleita como a palavra do ano pela Universidade de Oxford. É uma loucura isso de sermos pós-verdadeiros, porque se exprime uma contradição: em plena era da informação, tem sido cada vez menor a preocupação com a veracidade, que vem cedendo rápido espaço à mera subjetividade. Somos todos produtores de conteúdo, ainda que poucos tenham habilidade, competência ou conhecimento para tamanha responsabilidade. Qualquer um pode criar uma notícia, transformá-la indiscriminadamente num post bombástico e disseminar um hoax maluco por aí. Não se assuste se sua tia compartilhar indignada o “fato” de que um menino se tornou um sanduíche a olhos vistos no Congo, ou que estudiosos comprovaram que comer asfalto faz bem para quem tem diabetes, ou que Ivete Sangalo é, na verdade, um android.

Como se não bastasse, as informações em excesso — mesmo as inverídicas — parecem nos tornar menos sensíveis. É tanta desgraceira, que a sensação de alarme e condoimento não dura mais que um segundo. Mergulhamos num estado de torpor em que uma notícia de linchamento coletivo faz o mesmo efeito que a de uma propaganda de iogurte, e qualquer esboço de nó no estômago se desfaz com um vídeo fofo de gatinhos serelepes. A digitalização da Era parece ter digitalizado nossas almas.

Até mesmo as conversas de bar perderam muito da bossa. Era uma delícia quando ninguém à mesa se lembrava do nome de um filme, e então ficávamos todos espremendo o cérebro para alcançar uma pista. Hoje, ao primeiro lampejo incerto, alguém saca o Google, mestre-de-todo-o-conhecimento-amém, e já decreta a verdade — ou pós-verdade? Já nem sei mais — acabando com o suspense que conferiria alguma magia ao encontro de amigos.

Nada disso, no entanto, é uma conclamação pelo repúdio ao que é tecnológico ou mesmo à informação em excesso. A culpa não é dela, coitada, toda cheia das boas intenções. O negócio é o descompasso entre cabeça e espírito, objetivo e subjetivo, ser e não ser. Talvez a velocidade de nossos cérebros esteja muito além do que comportam nossos corações.

Fonte: https://www.revistabula.com

Estilo é você saber quem é, e dizer o que quiser, sem dar a mínima importância para o resto. (Gore Vidal)

LUGARES

COLMAR - FRANÇA
Colmar é uma cidade na região de Grand Est do nordeste de França, perto da fronteira com a Alemanha. A respetiva cidade velha tem ruas calcetadas repletas de edifícios de enxaimel medievais e do início da era renascentista. A igreja gótica Eglise Saint-Martin, do século XIII, fica na praça central, Place de la Cathédrale. A cidade fica na rota de vinhos de Alsácia e as vinhas locais são especializadas nos vinhos Riesling e Gewürztraminer.

VIDA PARTE 2

Martha MedeirosMartha Medeiros

Uma menina me perguntou certa vez: a vida da gente melhora da metade para o final? Ela deveria ter uns 14 anos, jovem demais para dividir a existência em duas partes e colocar suas esperanças na segunda. Já eu havia recém feito 40: estava me despedindo do ensaio geral e estreando na Parte 2, ainda sem saber o que estava por vir. Logo, o que responder?

Admiti que considerava encantadora a primeira parte: a virgindade existencial, os primeiros amores, a juventude do corpo, os sonhos projetados para frente, a morte a uma distância teoricamente segura. Não tinha como afirmar se a segunda parte possuiria munição suficiente para superar tanta vitalidade e expectativa, mas, dali onde eu me encontrava, seguia confiante, o futuro não me assustava. Apesar de ter vivido muito bem os primeiros 40, secretamente desejava que a resposta ao questionamento dela fosse um categórico sim.

Hoje aquela menina deve estar em torno dos 24 e ainda não tem sua resposta, mas garanto que anda tão ocupada que isso deixou de importar. Eu, no entanto, avancei um pouquinho na parte 2, porém continuo sem um parecer. Tenho apenas uma intuição.

Menina que não sei o nome: decretar o que é melhor, se a primeira ou a segunda metade da vida, é uma preocupação inútil – não perca tempo com isso. A única coisa que você deve ter em mente é o seguinte: o que fizer na primeira metade terá conseqüências na segunda, para o bem ou para o mal.

Se você for muito seletiva e insegura, acabará transferindo para mais tarde projetos que já poderiam ter sido experimentados. Procure viver as delícias de cada idade, arrisque-se. Se não conseguir, ok: então morra de amor, vá morar sozinha em Londres, entre para uma seita, monte uma banda, tudo isso aos 60, aos 70, e danem-se as convenções.

A maturidade traz ganhos reais. A ansiedade diminui, a teatralidade também: já não vemos sentido em agradar a todos, a opinião alheia deixa de nos influenciar. Essa liberdade de ser quem realmente somos me parece o benefício maior – os jovens não percebem, mas sua liberdade é muito restrita. São pressionados a fazer escolhas tidas como definitivas (casamento, filhos, profissão) e as dúvidas se amontoam.

A sociedade exige eficiência na condução desse script. Depois dos 40, a boa notícia: que sociedade, que nada. Não é ela que banca suas ideias, não é ela que enxuga suas lágrimas, não é ela que conhece suas carências. Você passa, finalmente, a ser dona do seu desejo. Não é pouca coisa.

A segunda metade trará vista cansada, um joelho menos confiável, um rosto não tão viçoso, umas manias bobas, mas o fato de já não haver tempo a desperdiçar nos torna mais focados e até mais aventureiros – pensar demais deixa de ser producente.

Perder a ilusão da eternidade traz, sim, conquistas instantâneas, mas, para isso, é preciso ter cabeça boa, conhecimento e uma forte base moral e ética. E isso você adquire na primeira metade da vida – ou padecerá na última.

Fonte: Facebook