Estávamos no quarto ano do curso de Direito e na última sexta-feira de novembro enfrentamos a prova de Direito Penal.
A avaliação dos alunos se dava através de duas provas apenas. Uma para cada semestre. O aluno que alcançasse média sete nas duas provas, estava automaticamente aprovado.
Depois da prova, acompanhamos o nosso professor, o Dr. Alceu, até o Recreio da Juventude, onde jantamos.
Depois do jantar, um dos colegas presentes pediu ao Dr. Alceu para corrigir as nossas provas, o que nos daria a vantagem de saber com antecedência se deveríamos nos preparar para as provas orais ou se já estávamos aprovados.
Em princípio o professor relutou mas acabou cedendo. Retirou da pasta todas as provas e pediu que cada um de nós identificasse a sua, já que as mesmas não continham nenhuma identificação.
Particularmente para mim era importante saber a nota alcançada, uma vez que nas demais disciplinas eu lograra alcançar média superior a 7 (sete). Caso eu conseguisse o mesmo em Direito Penal, ainda em novembro já estaria livre de quaisquer compromissos com a faculdade.
A primeira prova a ser corrigida foi a do Ivo. O professor iniciou a leitura das respostas e de vez em quando deixava escapar alguma expressão de "não entendi". Ao chegar ao final da leitura, o professor Alceu disse para o nosso colega:
- Ivo, isto aqui está muito enrolado!
Como era do seu estilo, o Ivo respondeu de forma imediata e irreverente:
- Professor, eu enrolei. Cabe ao Sr. desenrolar...
A risada foi geral, mas o certo é que o Ivo, de acordo com as regras ditadas pelo professor antes de iniciar a correção das provas, ficou para o exame oral, etapa que ele venceu posteriormente, sem maiores dificuldades.
Quanto à minha prova, o resultado saiu como eu já esperava, ou seja, fui aprovado.
De qualquer maneira, durante a etapa das provas orais, lá estava eu na faculdade, dando apoio aos colegas que não haviam logrado êxito em obter aprovação pela primeira regra.
Nenhum comentário:
Postar um comentário