domingo, 20 de dezembro de 2020

ALEMÃES MALUCOS

Foto: O Pioneiro
ALEMÃES MALUCOS

A Praça Rui Barbosa no centro de Caxias do Sul sempre foi palco de muitas atrações. A rua Sinimbu, na quadra fronteira à Catedral Diocesana, por ser mais larga, era o espaço ideal para momentos altos de desfiles militares, desfiles de carros alegóricos da Festa da Uva, etc. 

Busco no fundo da minha memória alguns momentos inesquecíveis. Cito alguns, não necessariamente na ordem cronológica em que aconteceram. Lembro de um ciclista colombiano que pedalou por aquele espaço durante quatro dias e quatro noites. Era algo nunca visto na cidade. 

Em outra oportunidade apresentou-se uma banda militar, segundo lembro, da marinha americana. Era um espetáculo variado, e pela primeira vez assisti ao vivo alguém com voz potente cantar "ridi pagliaccio". 

Num domingo de manhã, soldados do quartel local fizeram uma apresentação de ordem unida. Meu irmão estava entre eles e me adiantou o "segredo" daquela apresentação. Me disse para ficar preparado pois em dado momento, todos os soldados, portando fuzis, dariam um único disparo. Como eram mais de cem soldados, o barulho seria muito forte. Dito e feito. 

Também num domingo de manhã, ocorreu um jogo de futebol só que um tanto diferente. Eram os calouros das faculdades de Direito e de Economia que iriam proporcionar um espetáculo hilariante. A bola utilizada não era a tradicional, redonda, mas sim, uma bola oval, daquelas utilizadas no futebol americano. Só que as regras eram as do esporte bretão. Ou seja, era proibido tocar na pelota com as mãos, exceto os goleiros, é claro. Não havia quem conseguisse iniciar ou concluir uma jogada sem ser enganado pelos movimentos imprevistos da bola. E para coroar de êxito o objetivo dos organizadores, contrataram nada mais nada menos que o popular Tide para atuar como juiz da contenda. Corria o ano de 1964 ou 1965 época em que os trotes não iam além de brincadeiras salutares. 

Mas uma das atrações que mais me marcou foi uma apresentação de acrobatas alemães. Fiquei impressionado com a coragem deles. Os diversos números apresentados, inclusive um com uma motocicleta num cabo de aço, sem rede de proteção. Era o ano de 1957. Eu tinha dez anos de idade. Clicando aqui, se terá uma ideia do que foram aqueles dias de apresentação. Corria até uma piada. O cabo de aço sobre o qual eram feitas as manobras, ligava o Edifício Minghelli com uma árvore na esquina do antigo Banco do Brasil. Alguém, vindo do interior, vendo aquela armação, teria comentado: 

- Fazem umas casas muito altas e para não cair, precisam amarrá-las. Depois chamam nós de colonos...

Nenhum comentário:

Postar um comentário