domingo, 10 de setembro de 2023

POR QUE O CORAÇÃO É DIFERENTE NA VIDA REAL E NOS DESENHOS?

Marcelo Duarte

Médico e anatomista grego Galeno de Pérgamo descreveu o órgão no século 2° como sendo igual a uma pinha

A melhor notícia da semana veio de um coração. O apresentador de TV Fausto Silva, mais conhecido como "Faustão", passou por um transplante de coração no domingo passado (27), e as primeiras notícias dão conta que ele vem aceitando bem o novo órgão.

O coração, o motor do corpo humano, está repleto de curiosidades.

Que tipo de curiosidades?

O coração de um homem adulto é do tamanho de um punho fechado e pesa apenas 340 gramas. É dividido em quatro partes: dois átrios, que recebem o sangue das veias; dois ventrículos, que impulsionam o sangue para dentro das artérias.

Funciona ao ritmo médio de 72 batidas por minuto —104 mil por dia, 38 milhões por ano e algo em torno de 2,5 bilhões de pulsações ao longo da vida. Ele bombeia 85 gramas de sangue a cada batida, o que equivale a cerca de 9.000 litros por dia.

O coração da mulher é um pouco mais acelerado. Em um minuto, contam-se, em média, oito batidas a mais. O órgão faz dois movimentos: sístole e diástole. A sístole, que é uma espécie de contração, é responsável pela distribuição do sangue. Na diástole, o coração descansa.

Mas tem vezes que eu sinto o coração disparar...

Durante um beijo apaixonado, por exemplo, as batidas do coração sobem, em média, de 70 para 150 vezes por minuto. Isso força o coração a bombear um litro de sangue a mais, pois as células pedem mais oxigênio para trabalhar. Foi no final da Idade Média (por volta de 700 anos atrás) que o desenho do coração começou a representar o amor.

Andei vendo umas ilustrações de um coração de verdade e ele não tem nada a ver com o desenho de coração. Por quê?

Imagine que, no século 2°, ninguém fazia ideia de como era um coração. O médico e anatomista grego Galeno de Pérgamo foi o primeiro a descrevê-lo como sendo igual a uma... pinha.

Ao longo da história, o coração foi apresentado de diversas formas (até de berinjela!), e já representou a imortalidade, a coragem e a vitalidade, além do amor. Até o século 14 o órgão era frequentemente desenhado de cabeça para baixo.

Quem inventou esse desenho então?

Quem respondeu a questão foi Marilyn Yalom, pesquisadora da Universidade de Stanford e autora do livro "O Coração Amoroso: Uma História Não Convencional de Amor".

As primeiras ilustrações de um coração surgiram por volta do ano 1250, num livro francês chamado "O Romance da Pera". Como o nome sugere, o coração aparecia no formato de uma pera, com a extremidade estreita virada para cima e a parte arredondada apoiada na mão de uma pessoa. Em 1340, em "O Romance de Alexander", uma mulher levanta um coração estilizado, muito parecido aos atuais, entregue por um homem.

Mesmo quando os primeiros médicos conseguiram ver a forma real do órgão, os artistas não quiseram saber de alterar a figura que já estava consagrada.

Fonte: Folha de S.Paulo

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