quarta-feira, 17 de dezembro de 2025

ANFITRIÃO EM CHAPECÓ

Promotores de Justiça, de modo especial, mas também muitos juízes que atuavam no Oeste Catarinense, faziam de Chapecó um destino para compras e lazer. Não havia outra alternativa. 

O João Alberto, recentemente aprovado no concurso para o Ministério Público, havia muito estava radicado naquela cidade. Era uma caso raro de manezinho adaptado a terras distantes e longe do mar. 

Fidalgo como poucos, recebia em sua casa os colegas do ministério público e também magistrados, fornecendo dicas da cidade e informações gerais de como eram a vida e os costumes na região. Sobretudo era uma fonte importante indicação e até recomendação de médicos e dentistas, mercados e comércio em geral. 

Por vezes, alguns até passavam todo o final de semana como hóspedes. Um deles era Promotor, lotado na Comarca de Dionísio Cerqueira. Segundo suas próprias palavras, ele não residia, mas sim, resistia naquela Comarca. Tinha por consolo o fato de que não poderiam mandá-lo para mais longe, pois ali ao lado começava o território argentino. 

Pois num determinado final de semana o nosso personagem resolveu se hospedar na casa do João Alberto. Até aí nada demais, tudo normal. O tudo demais, segundo o anfitrião, é que o hóspede só bebia whisky sem se importar com a quantidade, cujos efeitos, parece, não lhe eram catastróficos. 

Pois no domingo à tarde chegara a hora da partida. Despedidas, abraços, obrigado, "volte quando quiser", etc e tal, eis que o João Alberto se deu conta de que o convidado estava indo embora com o copo na mão. Alertado, o visitante tomou o conteúdo de um golpe só, devolveu o copo e mais uma vez agradeceu pela acolhida.

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