domingo, 3 de dezembro de 2023

PRIMEIRA VEZ EM PARIS

Corria o ano de 2003 e aquela era a nossa primeira viagem a Paris realizada fora de excursões. Por indicação da agência de viagens reservamos acomodações no Hotel Acácias, na rue de Rennes.

Sabíamos de antemão que os prédios antigos de Paris não tinham elevadores ou se o tinham, eram adaptados às condições arquitetônicas da época da construção.

Chegamos no hotel e de cara fomos surpreendidos pela bandeira brasileira hasteada do lado de fora e no hall de entrada outra bandeira e muitos motivos brasileiros. Fomos recebidos por um ser exótico, vale dizer, uma mulher magérrima, loira talvez oxigenada, vestindo verde e amarelo e muito efusiva.

Como nos aguardava em razão da reserva, nos deu as boas vindas em um português razoável. Não precisou muita saliva para ela nos revelar que amava o Brasil. Para a Lourdes, que pretendia colocar em prática os seus conhecimentos de francês foi uma frustração pois aquela senhora só queria praticar o seu português.

Com as chaves do nosso quarto em mãos passamos a encarar a realidade. O elevador fora instalado muitos anos após a construção do prédio. Logo, tratava-se de uma comodidade "moderna", porém improvisada, para não tirar as características originais do local.

Detalhe: o elevador tinha um formato triangular. Nele cabiam uma pessoa e uma mala pelo que foram necessárias duas viagens.

Estávamos no terceiro andar mas o elevador parava numa espécie de terceiro e meio, de sorte que saímos do elevador diretamente na escada, entre o terceiro e o quarto, concebida em forma do tipo caracol,  o que implicava em descer meio andar pelas escadas.

Tudo bem. A localização e o valor da diária compensavam algum esforço a mais. O quarto não era amplo, mas também não era pequeno. Atendia às nossas necessidades. E era silencioso.

Outra novidade para nós foi a parte sanitária. De um lado do quarto estavam o vaso sanitário e uma pia. Do outro lado o quarto de banho. Não deixava de ser um formato interessante.

Assim, quem gosta de "meditar" no trono, necessariamente não atrapalha quem deseja tomar banho e vice-versa.

De resto, nos sentimos em casa. O prédio em si era muito charmoso. O café da manhã era servido num jardim interno.

Ao final da nossa estadia, ficamos sabendo que aquela senhora não era francesa. Não recordo agora mas parece que era oriunda da Nova Zelândia. 

Tempos depois, pudemos vê-la como tema de reportagem televisiva através de um canal de TV brasileiro.
(Out/2003)

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