Houve um tempo em que andei envolvido com a criação de javalis. Fui presidente da associação catarinense e secretário da associação nacional. Num determinado final de semana teríamos uma reunião na cidade de São Paulo. Coincidiu com a semana que eu passava em Brasília, de modo que o retorno para casa passaria antes pela capital paulista. Em Congonhas dei ao taxista o endereço do hotel onde me encontraria com outros colegas de SC. Conhecendo muito pouco a cidade, gravei apenas alguns locais por onde passamos. No sábado à tarde, divididos em dois táxis, fomos a um Shopping onde pretendíamos jantar. Acontece que o tempo se armou e a chuva que se seguiu alagou ruas e as partes mais baixas da cidade. Resolvemos voltar para o hotel. Novamente de taxi, que em razão das chuvas eram muito requisitados. Forneci ao motorista o nome do hotel.O taxista então nos revelou que estava na praça há apenas três (3) dias e não sabia identificar aquele hotel e nem mesmo o nome da rua. Eram tempos sem GPS ou Google Maps. Diante da inusitada situação procurei fornecer ao taxista algumas coordenadas, me valendo daquilo que eu havia memorizado no dia anterior. Nosso hotel estava localizado numa paralela da avenida paulista. Nada esclareceu ao pobre taxista. Não era muito distante de um quartel. Também nada ajudou. E a chuva cada vez mais forte. Meus colegas de viagem eram tão estrangeiros quanto eu. Então, guiado pelo satélite mental, sem esquecer dos quatro pontos cardeais, dei azo para a intuição e empiricamente fui dando a direção àquele que deveria nos dirigir. Sem muitos percalços ou sustos chegamos ao nosso destino, por sorte, antes que a noite caísse, caso em que a orientação visual ficaria prejudicada. A aventura nos rendeu a grata satisfação de compartilhar o restaurante com ninguém mais que o cantor Ney Matogrosso, a quem, ninguém de nós ousou perturbar. Já numa sala ao lado, me encorajei e pedi um autógrafo à simpatissísima atriz Nicete Bruno. Atendido no meu pedido, pedi-lhe licença e autorização para beijá-la na face. Ela consentiu. Que pessoa maravilhosa, ou talvez iluminada, que era a Nicete Bruno!
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