Era o último dia de uma esplêndida viagem pela Itália maravilhosa. Saímos de Vico Equense, na Costa Amalfitana com destino ao aeroporto de Roma, de onde retornaríamos ao Brasil num vôo noturno. Tínhamos uma boa margem de antecedência até a hora do embarque, só que era um domingo à tarde e logo percebemos um engarrafamento incomum, mesmo em se tratando de uma auto-estrada. O calor era implacável, neutralizado dentro do ônibus graças ao ar-condicionado. Este não era o caso de muitos motoristas transitavam no mesmo sentido que o nosso. Particularmente, um automóvel andando à nossa frente. Pelo fato de andar com as janelas abertas sob um calor daqueles, permitia supor que dito automóvel não era equipado com a tecnologia de resfriamento ou o aparelho não estava funcionando adequadamente. O carro era dirigido por uma mulher viajando sozinha. Ocorre que sempre que se deparava com uma sombra, ao invés de pôr-se em movimento, aguardava muito tempo para avançar, abrindo-se um grande espaço à frente dela. Estávamos na pista da esquerda e a pista da direita andava em ritmo maior que o nosso. Mesmo assim, muitos veículos trocavam de pista, tornando a nossa cada vez mais demorada. Sem poder ultrapassar aquela que empatava a nossa vida, o nosso motorista foi ficando nervoso. Buzinaços, sinal de luz, gestos, etc... não comoveram a imperturbável senhora de prosseguir. O tempo ia passando e nós já ficando angustiados com a perspectiva de perder o nosso vôo. Nosso motorista mudou de tática. Abriu a janela lateral e, munido de garrafas d'água, a cada parada da calorenta senhora, aproximava o ônibus ao máximo e, também parado, jogava água na mesma. Assim que sentiu o ataque aéreo, passou a gesticular para o nosso motorista, demonstrando visível irritação. Só que ela não conhecia o grau de irritação do nosso condutor. Assim que percebeu que iria perder a batalha, deu um jeito de se bandear para a pista da direita, deixando-nos livres para prosseguir até o nosso destino, com um pouco mais de rapidez. No trajeto não nos deparamos com nenhum acidente, permitido-nos concluir que o tráfego intenso se dava por conta de ser um domingo de verão, em horário que todos, ou quase todos, voltam para suas casas. Tal como aqui, O que importa é que conseguimos chegar no aeroporto a tempo de cumprir todos os procedimentos de praxe.

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