sexta-feira, 8 de setembro de 2017

PERSONAGEM DE RENÉ CLAIR

PERSONAGEM DE RENÉ CLAIR
Pedro do Coutto

Charge do Renan Lima
Geddel, como personagem de René Clair, num mar de dinheiro e corrupção

Reportagens dos quatro maiores jornais do país, O Globo, Folha de São Paulo, O Estado de São Paulo e o Valor, publicaram com grande destaque, aliás merecido, que a Polícia Federal – apreendeu 51 milhões de reais, propriedade de Geddel Vieira Lima, espalhados pelo chão, em malas num apartamento cedido ao ex-ministro para guarda de objetos de família. A justificativa (falsa) explodiu na televisão e na imprensa como uma prova direta da corrupção desencadeada no país e que a cada dia parece ser maior do que se pensava na véspera.

Geddel Vieira Lima realizou na vida real a história de um personagem do diretor francês René Clair, um homem que adorava estender-se sobre colchões de dinheiro. O nome do filme é Monsieur Bancô (pronúncia francesa). O episódio de Salvador fica depositado na memória ao lado daquela obra. Gedel foi ministro do governo Michel Temer e antes vice-presidente da Caixa Econômica Federal do governo Dilma Rousseff e ministro de Lula.

PAPEL DE DESTAQUE – Geddel não é o único protagonista do assalto aos cofres públicos, mas inegavelmente integra o elenco, com papel de destaqie. Como é possível explicar a propriedade dos R$ 51 milhões que repousavam no apartamento de Salvador.

Mas se esta é uma comprovação, ao lado existem enigmas a serem decifrados. Um deles a gravação de Joesley Batista e Ricardo Saud que foi parar nas mãos do Procurador Geral Rodrigo Janot. O Procurador Geral, na minha opinião, à primeira vista parece ter se precipitado, quando disse que existiam fatos gravíssimos nas gravações de quatro horas envolvendo até o Supremo Tribunal Federal.

Pelo que se leu nos jornais, relativamente ao Supremo existem apenas generalidades e nenhum comprometimento dos ministros citados, Carmen Lúcia, Ricardo Lewandovsky e Gilmar Mendes.

EX-PROCURADOR – O fato importante refere-se ao ex-procurador Marcelo Miller, apontado como uma espécie de ponte entre a JBS e a delação de seu controlador majoritário.

A verdade é que essas últimas gravações, a rigor, não desqualificam a conversa gravada no Palácio Jaburu e tampouco o filme que destaca a corrida de Rodrigo Rocha Loures na noite paulista. Mas abre pelo menos uma perspectiva de redução da carga política contra o presidente Michel Temer. A menos que a delação do doleiro Lúcio Funaro, homologada pelo ministro Edson Fachin, possa reacender a temperatura em torno do Palácio do Planalto e do PMDB. Temos que esperar os próximos desdobramentos. Michel Temer está de retorno da China. Porém veio informado plenamente dos últimos acontecimentos. Não trazem alívio para aqueles que direta, ou indiretamente participaram da avalanche de dinheiro que foi retirado dos cofres públicos.

BOLSO DO POVO – Esta conta foi transferida para a população brasileira. As empreiteiras e fornecedores de notas frias não perderam nada. Descontaram as diferenças roubando o bolso do povo.

Uma coisa entretanto é certa: com Janot ou Rachel Dodge na Procuradoria Geral da República, o roubo vai diminuir consideravelmente. E em velocidade a jato, a exemplo da operação do mesmo nome.

Fonte: Tribuna da Internet

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