domingo, 31 de maio de 2020

DOIS TOMBOS E UM PÉ QUEBRADO


Pegamos um barco em Rapallo e fomos até San Fructuso, com uma breve parada em Portofino. Fizemos um lanche para prevenir a hipoglicemina, compramos garrafas d'água e nos preparamos para a aventura do dia: retornar à Portofino por uma trilha no meio do mato, num tempo estimado entre duas e duas horas e meia. O bar onde fizemos o lanche era bem rústico e a escada com degraus irregulares. Ao sairmos para iniciar a caminhada pisei em falso. Torci o joelho e cai no chão. Preciso dizer que tenho um joelho prejudicado por conta de uma cirurgia de meniscos realizada em 1977. Naqueles poucos segundos da minha queda, projetou-se em minha mente o filme do momento em que machuquei o joelho e das consequências que se seguiram. Pensei no pior. Me vi deitado numa maca e sendo carregado para o barco, antevendo as dificuldades para prosseguir a viagem, praticamente impossibilitado de dirigir. Bem devagar consegui levantar e colocar as ideias em ordem. Mentalmente examinei todo meu corpo, firmei-o na perna direita, a machucada, e percebi que fora apenas um susto.

Depois de me certificar de que nada demais havia acontecido, iniciamos a caminhada que ao final resultou num ótimo programa, com visuais fantásticos. O segundo tombo deu-se com a Lourdes e foi mais grave. Eram os últimos dias da viagem. Devolvemos o carro em Florença e nos instalamos na vizinha Montecatini Terme. A partir daí ingressamos numa excursão organizada por uma agência de Florianópolis, cujos serviços vínhamos utilizando com regularidade. Roma era o nosso principal objetivo já que em outras duas oportunidades em que lá estivemos, por razões que merecem relato à parte, não conseguimos realizar os passeios que queríamos. No final da tarde, depois do jantar, saímos a caminhar pela cidade, acompanhados dos amigos brasileiros. Particularmente eu estava à procura de uma jaqueta. Em Florença eu havia encontrado o modelo que procurava, só que o tamanho era pequeno. Quem sabe em Montecatini? Entramos numa loja onde o departamento masculino ficava no subsolo.

Descemos pelas escadas e no último degrau só percebi a Lourdes caindo e logo após gemer de dor, referindo-se ao seu pé direito. O prédio era antigo, o que era possível perceber pelos degraus da escada, feitos de pedra, semelhante à mármore. As bordas estavam lisas e arredondadas, gastas pelo uso. Pois justamente o último degrau era mais estreito que os demais, com o que, a Lourdes pisou com o meio do pé na borda do referido degrau. Dai a escorregar não precisou muito. Apoiou todo o peso do corpo sobre os dedos do pé, dobrando-o. Com bastante dificuldade devido à dor, voltamos ao hotel, que era bem próximo e aquilo que pensávamos ser apenas uma torção revelou-se no dia seguinte, quando já estávamos em Roma, como sendo uma grave fratura. Assim, o nosso passeio pela Cidade Eterna ficou protelado mais uma vez. já que depois dos procedimentos médicos ficamos confinados no hotel, aguardando o retorno para o Brasil. As dificuldades do retorno ficam para outro relato.

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