domingo, 16 de julho de 2023

O MOTEL DO VIADUTO

Fernando Albrecht
Depois de uma alegre noitada com amigos e amigas de última hora, um antigo empresário gastronômico achou por bem dar um pulinho mais ou menos longo, de acordo com a capacidade eréctil impulsionada por uma das mais belas amigas que se prontificou para o sacrifício. Com o tanque cheio, rumaram para o motel da Marly, na Praia de Belas, defronte ao viaduto de mesmo nome. Oficialmente é Viaduto Dom Pedro II, mas sabem como o povo é irreverente.

Sucedeu que o mais ou menos longo foi muito longo, sem mais nem menos. Quando acordou de manhã, estava só. A percanta havia sumido e levado sua carteira.

Não existiam cartões na época. Então, ela estava muito cheia. Deu-se conta que nem dinheiro para pagar a despesa ela deixara. Ligou do quarto para um amigo, que acorreu e o salvou do fiasco.

Seria apenas mais uma história para rir no futuro não fosse um detalhe. Alguns dias depois, quando almoçava no Gambrinus, um amigo o chamou para um particular. O sogro e a sogra dele viram ele e outro homem saindo do motel da Marly e confidenciaram para um amigo comum que era total surpresa que ele fosse dado a essas coisas de sexo homem com homem.

– Nossa mãe! Estou ferrado e desmoralizado! – falou a vítima, sem nenhuma cor no rosto, uma estátua cor de cal.

O desespero durou pouco. No dia seguinte, soube que fora uma pegadinha, um primeiro de abril fora de época. Não sabia se beijava ou se matava o autor da pegadinha. Por via das dúvidas, passou a pagar o motel antes. 

Fonte: https://fernandoalbrecht.blog.br

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