quinta-feira, 13 de julho de 2023

NÃO TROPECE NA LÍNGUA

 

Número: 000
Data: 08/11/2010
Título: Edição Extra: "COMO CHAMAR A NOVA PRESIDENTE DO BRASIL"

Dona Dilma Rousseff tem à sua disposição dois nomes para designar seu novo cargo: presidente e presidenta. E nada a impede de usar ora um, ora outro, dependendo do que lhe soar melhor. Com o tempo, a preferência pode recair no substantivo válido para os dois gêneros: presidente, ou pode se tornar mais comum o uso da palavra com a desinência do feminino: presidenta.

Já em 2000 dizíamos na coluna Não Tropece na Língua 022 (com segunda edição em 2006):

“Neste caso específico, valem os dois termos: uma juíza pode ser a presidente ou a presidenta de um Tribunal, por exemplo. A primeira forma é de uso mais corrente, porém é bom saber que "presidenta" é uma variação possível, assim como há outros femininos (raros) em -nta: governanta, infanta, parenta, giganta...”

Devo acrescentar que o termo governante também pode ser usado para a mulher que administra a casa de outrem; no entanto, sempre se preferiu falar em governanta, pois a terminação em “a” deixa mais claro se tratar do feminino, principalmente em situações que não comportam o artigo “a”. Quanto a infante, era substantivo de dois gêneros no português arcaico, mas ao longo do tempo, com a troca da vogal temática para “a”, veio a se firmar um nome específico para as filhas dos reis de Espanha e Portugal ou para as mulheres dos infantes: infanta.

Pode-se afirmar, então, que é melhor usar “a presidente” ou “senhora presidente”, mas não será errado (como andam dizendo pela internet) falar em “presidenta do Brasil”.

Profa. Maria Tereza de Queiroz Piacentini
4.out.2010

Instituto Euclides da Cunha
Luiz Fernando de Queiroz, diretor
Rua Marechal Deodoro, 235 cj. 1204
CEP 80020-907 - Curitiba - PR
Fone (41) 3223.6543

Fonte: https://www.linguabrasil.com.br

Nenhum comentário:

Postar um comentário