segunda-feira, 11 de julho de 2022

BRINCANDO COM FOGO

Carlos Brickmann (*)

Chega! A escalada de provocações está criando um ambiente político em que alguma tragédia acabará acontecendo. Os dois principais candidatos têm adeptos fervorosos, que odeiam o adversário. Há grupos perigosos de ambos os lados: ou milicianos ou invasores (e destruidores) de propriedades. Para os dois principais candidatos, ideias, rumos, planos são bobagens. Ambos se oferecem como produtos contrabandeados: “La garantía soy yo”. Que se pode esperar de uma campanha suja, marcada por raiva e agressividade?

Já existem faíscas. Jogaram fezes e urina no carro do juiz que ordenou a prisão do ex-ministro acusado de terceirizar a distribuição de verbas. Já deram um tiro nas janelas do jornal Folha de S.Paulo. Jogaram uma garrafa de urina e fezes (deve ser padrão), numa garrafa com explosivos, no comício de Lula no Rio. Há dias, militantes de um grupo comunista impediram uma palestra de políticos adversários na Unicamp – numa universidade!

Por enquanto a coisa está limitada à grosseria e à falta de educação. Mas basta que um desses grupos nojentos encontre alguém irritado que acelere o carro e atropele alguém, ou um dos milhares de clientes das lojas de armas, para que haja a tragédia completa. Vamos fingir que não vemos até que alguém seja morto? A eleição existe para que o eleitor escolha seus dirigentes sem a necessidade de luta armada. Se é para haver luta armada, para que eleição?
Não é exagero.

A Primeira Guerra Mundial começou com um atentado.

(*) Carlos Brickmann é jornalista, consultor de comunicação e colunista.

Fonte: brasildelonge.com

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