O que o Alex tinha de genialidade musical também tinha de geniosidade comportamental. O conheci na metade dos anos sessenta (60) em razão da política estudantil.
Sempre tivemos um bom relacionamento e quase cheguei a trabalhar com seu pai, que era advogado e contador.
Os Beatles eram a bola da vez em termos de música para a juventude. O Alex passou a cultivar uma cabeleira mais longa. Fisicamente, ao menos de rosto, lembrava John Lennon. Estava sempre envolvido com eventos musicais e era um tanto vanguardista.
Fez parte de alguns conjuntos musicais da cidade, mas penso que pelo seu temperamento, nunca deu continuidade a qualquer participação. Preferia compor.
Alguém das nossas relações comentou, certa feita, um fato sucedido que dá bem a ideia da sua personalidade.
Um amigo o teria convidado para uma festa de aniversário.
- Aparece lá em casa hoje à noite - era o convite. E acrescentou:
- Não esqueça de trazer o violão.
No horário combinado o Alex foi recebido pelo aniversariante. Entregou-lhe o violão acrescentando que no dia seguinte passaria para pegá-lo de volta.
Ou seja, o Alex, com certa dose de razão, entendeu que o convite tinha como causa primeira fazer dele o animador da festa do aniversariante, e não a amizade que ele julgava existir entre ambos.
Assim era o Alex. Chegou a época do vestibular determinando o fim da política estudantil secundarista e cada um foi para o seu lado.
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