quarta-feira, 7 de maio de 2025

SOBRE MISSAS

Nunca me certifiquei se a afirmação tinha veracidade. Registro apenas como curiosidade. Meu primo Mário sempre foi muito prático. Dizia que na eventualidade de faltar a uma missa no domingo, assistia a duas no domingo seguinte e assim compensava a falta. 

Uma coisa que sempre me deixava intrigado era ver muitas pessoas que se retiravam da igreja durante o sermão, findo o qual retornavam. 

Pois outro amigo, o Orfeu, ao contrário, só entrava na igreja na hora do sermão, findo o qual, saia e nos aguardava do lado de fora. 

Porém, a mais notável de todas, segundo contavam os mais antigos, aconteceu com o meu avô materno. 

Segundo os relatos, ele ia à missa todos os domingos e ocupava sempre o mesmo lugar, nos fundos da igreja que ele, seus irmãos e vizinhos construíram. 

Pois num determinado domingo, alguns gaiatos resolveram chegar mais cedo e ocuparam a cadeira cativa do Nonno. Quando ele chegou, notando que seu lugar estava ocupado, subiu até a cantoria de onde, pacientemente, aguardou que a Santa Missa fosse ministrada. 

Pois naquela época, lá pelos anos 1930, as missas eram rezadas em latim e os padres a ministravam de costas para os fiéis. 

Na hora do sermão, quando o padre virou-se, notou que o Nonno estava sozinho lá no alto, aos fundos da igreja, mais precisamente na Cantoria. 

Não teve dúvidas em determinar que ele descesse. 

Em resposta, o vô Albino retrucou dizendo que ajudara a construir aquela igreja e assistiria à missa de onde quisesse. 

Não há dúvidas de que na pequena São Valentim, por muito tempo, aquele seria o assunto dominante na comunidade.

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