quarta-feira, 14 de maio de 2025

EU E OS PNEUS

Imagem ilustrativa: Google
Não é mania de perseguição, mas pneus de caminhão cortam meu caminho. Não faz muito tempo precisei resolver alguns problemas em Piçarras. Na ida, logo depois de Guaramirim, um pouco antes de chegar na entrada para a Pedreira Rio Branco, dois ou três caminhões vinham no sentido contrário, o que não é nenhuma novidade. 

O inusitado foi que de um deles desprendeu-se um pneu que já vinha embalado pela velocidade do caminhão. E veio em minha direção. Fui saindo para a direita, ocupando o acostamento e cuidando para não cair na valeta. Foi uma manobra arriscada mas poderia ter sido fatal se aquela coisa se chocasse com o meu automóvel. Os danos materiais seriam de grande monta e os pessoais, só Deus sabe. Me salvei por questão de segundos ou de centímetros. 

Tanta sorte não tive muitos anos atrás quando estava indo para o colégio. Caminhava tranquilamente pela rua Marechal Floriano, em Caxias do Sul, acompanhado de outros colegas. Um caminhão transitava no mesmo sentido em que caminhávamos e dele, só pode ser, desprendeu-se um pneu. Um dos meus amigos, não lembro quem, viu o pneu rodando em direção ao passeio - calçada - onde estávamos e consegui gritar, nos alertando. Tentei sair da sua trajetória mas não fui rápido o suficiente ou o atacante era bem mais rápido que eu. Fui pego pelas costas e jogado no chão. Não fiquei machucado mas o susto foi grande e o uniforme escolar todo enlameado. Menos mal. 

Mas houve um momento pior. Eu voltava de Caxias do Sul depois de alguns dias com minha mãe que acabara de ficar viúva. Depois de resolvidos os assuntos mais imediatos, resolvi retornar, saindo de lá bem cedo, madrugada ainda. Transitava pela estrada que passa por Otacílio Costa, e os primeiros raios do sol, timidamente, começavam a aparecer. Desenvolvia uma velocidade em torno de cem quilômetros horários e em alguns lugares havia uma névoa baixa, sobre a pista. Numa curva, eis que um pneu aguardava a minha passagem. Bem no meio da pista. Desviei do distinto pela esquerda e logo retornei para a minha mão de direção. Mas como a manobra foi brusca, perdi o equilíbrio do carro que em determinado momento andou com apenas duas rodas. Presença de espírito ou presença do meu anjo da Guarda, permitiu que eu não cometesse a imprudência de pisar no freio. Antes, fui administrando as derrapadas e solavancos. Só acionei os freios quando vi que o barranco à beira da estrada se aproximava perigosamente. Preparei-me para um eventual impacto, dando toda a lateral direita do carro para o barranco meu opoente e me agarrei ao volante com todas as forças de que dispunha. Só senti um estouro e tão logo o carro parou, tive a certeza de que comigo nada tinha acontecido. Desci para me certificar dos estragos materiais e constatei que o estouro que tinha ouvido era decorrente de um pneu que não aguentou o impacto com uma valeta à beira da estrada. Só restava trocar o pneu e seguir viagem. 

Por sorte, naquela hora da manhã não havia movimento de veículos na estrada, principalmente em sentido contrário. Poderia ter sido uma tragédia, da qual, eu possivelmente não sairia em condições de rabiscar estas recordações. 

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