domingo, 12 de outubro de 2025

PEGADINHAS DO GPS (I)

Nosso plano de viagem consistia em permanecer alguns dias em Paris e depois, pela primeira vez, faríamos um passeio de carro. Iríamos em direção à Alsácia e de lá para a Toscana na Itália, visitando antes os nossos amigos Bruna e Michele na Ligúria. 

Providenciei um GPS com mapas atualizados da França e da Itália. No último dia em Paris fomos a Montmartre e levei comigo a então nova maravilha dos viajantes. 

Se de um lado o GPS criava facilidades para seus usuários, por outro lado era preciso familiarizar-se com o mesmo. Minha intenção era chegar até o edifício do Grande Oriente de França a partir da Igreja de Sacre Coeur, pontos não muito distantes um do outro. Feita a programação passei a seguir as instruções e cheguei ao meu destino sem maiores problemas. 

No dia seguinte, confiante no meu novo guia, tomamos um taxi e fomos até a locadora, de onde iniciaríamos a segunda parte do nosso passeio. Segundo havíamos conversado com o nosso amigo Ruggero, a localização da locadora favorecia o nosso roteiro visto que já ficava para os lados que pretendíamos percorrer. 

Após as formalidades burocráticas, familiarizado com o Peugeot 207, saímos à rua, e assim que o sinal do satélite disse "presente", programei nosso próximo destino como sendo a cidade de Provins. Seguindo as instruções sonoras, notei que algo não estava tão de acordo como era esperado já que o movimento de veículos era cada vez maior e não nos afastávamos da cidade, antes, era visível que nela penetrávamos cada vez mais. Até que a paisagem passou a se tornar familiar. Algumas ruas, prédios e até a posição solar indicava que estávamos em Montmartre quando finalmente aquela voz feminina do GPS me parabenizou por ter chegado ao destino solicitado. Estávamos defronte ao prédio do Grande Oriente de França, justamente onde estivéramos no dia anterior. 

Estacionei em lugar permitido e me pus a reprogramar a dita maravilha eletrônica. Como eu não tinha zerado os itinerários, o ponto final ficou sendo aquele registrado no dia anterior e a máquina, com inteira obediência, atendeu à determinação que lhe foi dada. 

Afora o pequeno incidente e assimilado mais um item do conhecimento da modernidade, o GPS nos conduziu na direção pretendida, não sem antes transitar pelo centro de Paris, costeando o Sena e tudo o mais. Por sorte não tivemos que enfrentar aquela maluquice que é sair do contorno do Arco do Triunfo. 

Afora este pequeno incidente, em linhas gerais o GPS se mostrou uma ferramenta fantástica a serviço dos viajantes, principalmente por que já não se faz necessária a pesquisa incessante a mapas rodoviários. Não que os mesmos sejam dispensáveis. Ao contrário, é muito útil tê-los sempre à mão posto que vez por outra as estradas apresentam mudanças ainda não inseridas no satélite. Não que exista o perigo de se perder. O perigo é o GPS organizar uma nova rota, impondo, por vez uma sobrecarga na quilometragem. 

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