sábado, 4 de setembro de 2021

A DANÇA DA MENARCA

A DANÇA DA MENARCA
(Um ritual de passagem das meninas ciganas)

Há muitas dúvidas sobre a real origem dos ciganos. Há quem diga que eles vieram da Índia para o Oriente Médio há cerca de mil anos. Outros dizem que eles vieram do Egito, por isso, os ingleses os chamavam de “gypsies”.

Os ciganos se chamam de “rom” ou “roma”, termo que significa “homem” em romanês. Formado por diferentes grupos, eles ficaram conhecidos como um povo nômade e envolto em misticismos. Ao longo de sua história, porém, enfrentaram muito preconceito, a ponto de o próprio termo “cigano” ser visto como pejorativo, sendo associado à feitiçaria, bandidagem e maldição.

Vítimas de muitas atrocidades e perseguições, os roms lutam para sobreviver em meio à hostilidade que, frequentemente, enfrentam por onde passam e para manterem as suas tradições.

Entre as muitas tradições que eles mantêm, temos a Dança da Menarca, uma dança ritual festiva que representa a morte da criança e o nascimento da mulher.

Essa dança representa a chegada da primeira menstruação da menina e é marcada por um ritual que a antecede. A garota fica cerca de 12 dias presa com a sua boneca preferida. A quantidade de dias depende da idade com que a menina tem a sua primeira menstruação. Esse período com a boneca, simboliza o momento de despedida da infância e de amadurecimento para a vida adulta.

A garota é alimentada com uma refeição especial, dedicada à deusa Lilith e, no último dia, recebe uma tatuagem com o nome da tribo à qual pertence. O sangue, considerado símbolo de pureza, escorre da pele perfurada para receber a tatuagem e se une ao sangue menstrual que marca a chegada da menarca. Apesar da dor, a menina não deve chorar, pois deve mostrar a coragem das mulheres ciganas.

Após esse processo, a menina se apresenta dançando. Seus movimentos cheios de graciosidade e feminilidade indicam que agora ela é uma mulher. O ritual se encerra com a menina jogando a sua boneca no chão, mostrando que ali se inicia um novo ciclo em sua vida.

Fonte: Facebook - Iconografia da História

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