sexta-feira, 26 de agosto de 2022

TUDO O QUE É DEMAIS...

José Horta Manzano
Estava observando o número de seguidores de certas personalidades da internet. É pra lá de impressionante: chega a ser estonteante. Tem gente – artistas, influenciadores, políticos, esportistas – que exibe incontáveis seguidores. São 60 milhões para fulano, 95 milhões para sicrano, 130 milhões para beltrano.

De repente, a gente pára e faz as contas. Adicionando todas essas centenas de milhões de fãs, chega-se a um total que equivale a muitíssimas vezes a população do país, incluindo recém-nascidos e anciãos. Conclusão: cada seguidor está inscrito em mais de um, quiçá em dezenas de canais.

Agora vem a pergunta: será que cada um desses fãs lê, sem falta, todas as postagens de todos os canais em que está inscrito?

A meu ver, é praticamente impossível. Passar o dia (e a noite) olhos grudados na telinha não seria suficiente pra ler tudo de verdade, sem deixar escapar nada.

Ao fim e ao cabo, conclui-se que tomar como base o número de seguidores de cada personalidade é uma informação que deve ser estudada com grande precaução. Cada postagem daquele que tem 70 milhões de fãs não será necessariamente lida por 70 milhões de assinantes. O número de verdadeiros seguidores assíduos é infinitamente mais baixo.

E isso significa o quê? Significa que o alcance verdadeiro da influência deste ou daquele artista (ou esportista, ou político) é certamente bem mais modesto do que pode parecer à primeira vista.

Além disso, a influência de cada personalidade se dilui no caldeirão onde borbulham tantas influências vindas de tantas bocas. O balanço final das diversas influências periga se anular.

O bombardeio de opiniões é superior à capacidade de absorção dos seguidores. Tudo o que é demais enjoa.

Fonte: brasildelonge.com

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