domingo, 11 de dezembro de 2022

SALVADOS DO INCÊNDIO

Fernando Albrecht

Quando o governo de Portugal devolveu ao Brasil os restos mortais do Imperador D. Pedro I, aqui se resolveu fazer uma peregrinação sentimental para que o povo pudesse reverenciar a figura tão ilustre da nossa história. E as cinzas de D. Pedro I, transportadas em um avião da FAB, devidamente acondicionadas numa bela urna funerária, passaram pelas principais capitais do país, onde o povo respeitosamente fazia fila para vê-las.

Quando chegou a vez de Porto Alegre, uma emissora de rádio resolveu transmitir o acontecimento. E o locutor designado para narrar a chegada da urna na Base Aérea de Gravataí, repetia constantemente:

– Os restos mortais de Dom Pedro I…

Mais um pouquinho de conversa e lá vinha de novo ele.

– Os restos mortais de Dom Pedro I…

Lá pelas tantas, o produtor do programa chamou a atenção do locutor.

– Olha, estás repetindo muito estes restos mortais. Vê se usa um sinônimo.

Ele achou.

– Transmitindo aqui da Base Aérea a chegada dos destroços de Dom Pedro I…

(Extraído do livro “Histórias do Rádio Heroico”, de Rubens Wagner, gentileza de Antônio Goulart) 

Fonte: https://fernandoalbrecht.blog.br

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