domingo, 3 de agosto de 2025

CAMISAS & FOTOS

Via de regra, as pessoas se vestem de acordo com a ocasião e de modo adequado segundo o ambiente que irão frequentar. Para viagens de turismo, principalmente quando realizadas no verão, quanto mais leves e esportivas forem as roupas, tanto melhor. Tênis confortáveis, calças jeans e camisetas sempre são uma boa pedida. Bermudas quando a temperatura assim o indicar. E assim nos preparamos para mais uma viagem, desta vez para o norte da Itália. Um determinado dia da viagem foi particularmente especial. O clima colaborou em tudo e assim aproveitamos ao máximo o passeio empreendido ao redor do Lago di Garda. No final da tarde, antes de chegarmos ao nosso hotel, ainda paramos na estrada junto a um pequeno estabelecimento comercial onde teríamos a oportunidade de degustar algumas especialidades da região. O nosso motorista, que era nascido e residente na mesma região, conhecia os proprietários e sabia de antemão da boa qualidade dos produtos à venda. O estabelecimento levava o nome LUNELLI, o que de imediato me fez lembrar dos amigos de Jaraguá do Sul, de modo especial do Antídio Lunelli, empresário do ramo de confecções. Já no interior do pequeno estabelecimento deparei com um homem que pelas suas atitudes devia ser o proprietário. Era alto e forte com uma leve propensão para a obesidade. Não devia ter mais que trinta e cinco anos e apesar da calvice bem adiantada, lembrava em muito o meu amigo jaraguaense. Depois de certificar-me com o nosso motorista que se tratava do proprietário do estabelecimento fui falar com o mesmo. Disse-lhe que tinha um amigo no Brasil com o mesmo sobrenome dele, e que eram bem parecidos. Depois, consentiu que registrássemos nosso encontro com uma foto, que foi tirada pelo nosso motorista. Quando retornamos ao Brasil liguei para o meu amigo dizendo-lhe do encontro que tivera na Itália. Aproveitei para pedir-lhe seu endereço eletrônico e depois mandei-lhe aquelas fotos. Ele agradeceu e ficou bem interessado em conhecer os seus supostos parentes, dizendo-me que em sua próxima viagem para a Itália, iria visitá-los. Passados uns dez dias, ao chegar no escritório, havia na minha sala um pacote de razoáveis dimensões que depois de aberto verifiquei tratar-se de um regalo do meu amigo Antidio e que continha uma dúzia de camisas produzidas pela sua indústria. Surpreso com tamanha deferência (não era época de Natal e nem era o meu aniversário) e sem saber a razão dela, liguei para o meu amigo para agradecer pelo presente recebido e por que não, para saber os motivos do seu gesto. Em resposta ele me disse em tom de brincadeira que eu ficava bem vestindo suas camisas, tal como aquela de cor preta que eu usava quando fui fotografado com o seu suposto parente italiano. Pura coincidência.

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