domingo, 8 de agosto de 2021

IMUNIZAÇÃO COLETIVA

IMUNIZAÇÃO COLETIVA
José Horta Manzano

Ano e meio depois do estouro da pandemia de covid, começam a aparecer estudos de larga escala, baseados na observação da evolução de grande número de casos num longo período. Um deles acaba de ser publicado na Suíça.

No Brasil, a busca pela vacinação tem ocultado aquela parte da população que se recusa a estender o braço. Por certo há, em nosso país também, um certo número de ‘antivax’ obstinados – o maior deles sendo justamente o presidente da República. Mas a massa dos que correm atrás da vacina ainda tem gritado mais alto.

Nos países europeus em que a campanha de vacinação está mais adiantada, os ‘antivax’ já começam a sobressair. Há os que, apesar de um bilhão de humanos já terem sido vacinados, ainda declaram ter receio de ser ‘cobaias’. Há os que, embora tomem alegremente vacina antimalárica quando viajam a um país africano, não querem saber da anticovídica. Há ainda os que simplesmente têm medo de injeção.

E há os piores, aqueles que são burros e egoístas ao mesmo tempo, e que esperam ser protegidos pelo resto da população. São como o capitão, que não perde ocasião de repetir que “será o último a ser vacinado”. Botam fé no conceito da imunização coletiva, ou “imunidade de rebanho”, como preferem. Em sua fantasia, imaginam que, assim que a maior parte dos habitantes estiver imunizada, os não vacinados vão acabar sendo “contaminados” pela vacina alheia, sem nem mesmo precisar estender o braço.

Estão iludidos. Não é assim que funciona. O estudo suíço comprova que as pessoas não vacinadas têm risco 80% maior de contrair a covid. Como exemplo, na região do país onde ele foi levado a cabo, nas 2 últimas semanas de julho foram declarados 1030 casos novos de covid. Dessas 1030 pessoas, só 9 haviam sido vacinadas – as 1021 restantes não tinham recebido nenhum imunizante. Em outros termos, de cada 100 novos infectados, 99 não tinham sido vacinados. Isso mostra também que os benefícios da vacinação da maioria não “contaminam” nem se propagam aos demais.

Constata-se que essas vacinas anticovid, embora recentes, têm eficácia excepcional. Mas fazer novena não basta: precisa estender o braço e receber a picada. As palavras do chefe da Brigada Científica Suíça Anticovid são categóricas:

“Se os que resistem a se vacinar estão contando com a imunização coletiva pra escapar, estão enganados. Mais cedo ou mais tarde, todos eles apanharão a covid.”

Fonte: brasildelonge.com

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