domingo, 26 de abril de 2020

TRANCADOS NO AVIÃO


Nosso destino: Paris. Embarcamos na hora prevista num vôo da Air France e pela primeira vez utilizamos uma aeronave com dois andares. Ficamos no andar superior. A viagem transcorreu sem maiores problemas e praticamente não sentimos qualquer turbulência, de modo que foi possível dormir com o conforto próprio de quem viaja na classe econômica. Os problemas ocorreram já em terra. 

Após um pouso perfeito e com a aeronave já definitivamente parada, todos nós passageiros começamos a nos preparar para o desembarque. Só que o tempo habitual para que a movimentação fosse notada durou mais do que o normal. Não posso precisar quantos minutos se passaram até nos vermos fora do avião. Durou uma eternidade a partir do momento em que nos avisaram de um problema com a porta e que deveríamos desembarcar pela porta de emergência. 

Comecei a imaginar como seria o inusitado desembarque, já que nestes casos, os procedimentos de segurança informam que os passageiros devem deslizar sobre uns tobogans. A considerar a altura em que estávamos, escorregar tobogã abaixo não deixaria de ser divertido. 

Para minha, digamos, decepção, nada do previsto aconteceu, a começar pela permanência da porta de emergência do piso superior totalmente fechada. O tempo de espera na movimentação dos passageiros, depois vim a constatar, deu-se em razão do deslocamento da ponte de acesso para a porta de emergência, o que nos dispensou de sairmos de escorregador. Assim é que, descontado o pequeno incidente, o desembarque ocorreu dentro da normalidade. 

Passamos pela imigração sem maiores problemas. Restava apanhar as malas, rotina que sempre causa uma certa angústia até obtermos a certeza de que elas chegaram. Só a partir daí pode-se dizer que a viagem, tranquila como planejado, efetivamente iniciará. 

Identificamos a esteira para onde nossas malas seriam destinadas e, pasmem, mesmo no primeiro mundo, nem tudo funciona com um relógio suíço. Simplesmente a esteira permaneceu parada por um tempo enorme até que alguém se dignou a informar que o equipamento estava estragado e que estavam consertando. E mais, não haveria possibilidade de troca de esteira visto que as malas já tinham sido depositadas no setor que as traria até a esteira problemática. 

A impaciência dos passageiros era enorme. Vi um senhor, aos brados, reclamando num setor do aeroporto, e embora o meu francês seja bem precário, consegui entender a sua indignação dizendo ser inconcebível o que estava ocorrendo, pois, segundo ele, estávamos em Paris, uma das portas de entrada do turismo europeu e coisas do gênero. 

Também aqui não sei o tempo que perdemos, mas não foi pouco. Quando finalmente a esteira começou a funcionar, dos males o menor, nossas malas chegaram. 

Mas o nosso périplo não havia terminado. Não visualizamos nenhuma placa com o nosso nome o que indicava que o serviço de transfer havia falhado, claro, pelo atraso relatado. Por telefone, fiquei sabendo que à vista de outros compromissos e diante da longa espera, o motorista viu-se obrigado a cumprir outras tarefas, ficando no aguardo do nosso contato, que finalmente ocorreu. O que fazer? Aguardamos a sua chegada e agora sim, finalmente, fomos em direção ao nosso hotel, que felizmente era bem localizado e onde tudo funcionou perfeitamente. 

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